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Sentei-me no cinema totalmente ausente de informações detalhadas. Não li os livros de Stieg Larsson, não vi as adaptações suecas e esforcei-me (como sempre) por não ler criticas (negativas ou positivas) sobre o filme. Mas tinha as expectativas altas, tudo me fascinou na publicitação ao filme - os trailers, os posters, as fotografias, as entrevistas dos protagonistas. As expectativas estavam ainda mais elevadas por Daniel Craig estar no elenco.
Dificilmente alguém entenderá este filme se não perceber aquilo que caracteriza os suecos, de forma resumida e sem entrar em grandes detalhes - contenção, impaciência, ironia, independência, fascinados por regras e viciados em noticias. Terra de Vikings e de suposta neutralidade na Segunda Guerra Mundial. A história por detrás do filme, é crua, violenta e tem na personagem Lisbeth Salander (interpretada por Rooney Mara) a prova da fragilidade aparente de um sistema de institucionalização e salvaguarda de "menores" oca e cheia de erros profundos.
É uma história de investigação policial. Com um cheirinho a Poirot, Sherlock, Hitchcock e até Jessica Fletcher da série Murder, She Wrote. O cenário-crime no seio de uma família numerosa é sempre uma receita fantástica. Um desaparecimento, várias mortes. Todos são suspeitos, todos são testemunhas, todos são inocentes. Um enigma por desvendar, um puzzle por completar. As peças estiveram anos e anos à frente de todos, mas poucos as souberam ver e interpretar.
No decorrer do filme são lançadas várias pistas para a investigação e as personagens principais começam a ser misturadas no enredo, e ao mesmo tempo, são esmiuçadas as suas vidas, formas de ser e de estar.
Mikael Blomkvist (Daniel Craig) um jornalista de investigação e sócio da revista Millenium, está envolvido num escândalo juridico e mediático com um alto elemento do mundo das finanças.
Lisbeth Salander (Rooney Mara) é uma espécie de "detective particular" inteligente e irreverente. Com uma história de vida dura, só, sobrevivente, lutadora, aparentemente desequilibrada, justiceira, vingativa, astuta e destemida. Será a companheira de Mikael na investigação do "crime familiar"
Henrik Vanger (Christopher Plummer) um empresário reformado, membro de uma familia conturbada e obcecado com o desaparecimento da sobrinha Harriet há 40 anos. Contrata Mikael para investigar este desaparecimento / morte.
Martin Vanger (Stellan Skarsgård) sobrinho atento e preocupado de Henrik é um dos herdeiros da família Vanger e responsável pela empresa da família.
David Fincher está habituado a personagens complexas, com problemas do foro psicologico, conteúdos violentos e personagens pouco sociais. Voltou a conseguir esse feito e conseguiu colocar no filme as características "tão suecas que os suecos têm".
Tudo o que envolve a personagem Lisbeth é pensado ao detalhe - tatuagens, roupas, brincos, forma de ser, de estar, até de andar - faz sentido com a carga que a personagem tem. Algumas cenas que a envolvem são de uma violência fria e cruel - fazendo lembrar momentos de Irréversible e até de The Accused. Violência esta que dificilmente é ignorada pelo espectador.
Tenho que fazer destaque ao genérico inicial - é absolutamente fantástico. Faz lembrar um video de Woodkid ou algo produzido por Swizz Beatz para Jay-Z, por exemplo.
Sai do cinema com a sensação "quero mais". Quero ver esta dupla (Craig - Mara ou melhor dizendo Blomkvist-Salander) novamente.
Convido a visitarem o fabuloso site oficial do filme - aqui.
Nota extra: a Daniel Craig até o cardigan mais simples fica brutalmente bem !
Sim, o genérico é completamente mind-blowing, com a particularidade de ainda conseguir condensar e definir as características da história. Eu que vi o filme sueco acho que Fincher conseguiu trazer uma tensão diferente à trama, deu-lhe um arrojo que a tornou ainda mais arrebatadora, negra e violenta! A banda sonora de Trent Reznor foi outro trunfo. A Rooney Mara é absolutamente magnética e também acho que deu uma dimensão diferente à personagem de Lisbeth, assim como o trabalho de Daniel Craig...aliás, gostei mais da "química" entre este par (se é que se pode caracterizar dessa forma a relação disfuncional que eles têm), achei mais genuína. E pronto, tenho a Immigrant Song em modo repeat e por mim via já outra vez e outra o filme!
P.S....também pensei nisso sobre o Daniel...diabo do homem, todo desgrenhado, barba de três dias, cardigan quase esfarrapado e continua gostoso como tudo ;)
Olá!
Passando para elogiar esse blog que para mim é um dos melhores que já vi!
Falo isso com toda a sinceridade.
E aproveito para perguntar se vocês realizam parcerias com outros blogs.
Caso queiram visitar, o meu: falandonisso-blog.blogspot.com
Obrigado e que Deus continue abençoando o belo trabalho...
Leandro Onofre
leo_thegame@hotmail.com