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"The Beastmaster", "O Guerreiro Sagrado" em Portugal e o muito melhor "Senhor das Feras" no Brasil. Estreou nos EUA a 20 de Agosto de 1982 e em Portugal só em 1 de Junho de 1984, (segundo o IMDB) com classificação de 12 anos, idade de sobra para ver cadáveres empalados e maminhas.

A sinopse deste épico filmado na California é um mix da Jornada do herói ao estilo "Choque de Titãs" (1981) e "Conan e os Bárbaros" (1982), e as mitologias do mundo real que inspiraram estes filmes de fantasia. Aliás, "The Beastmaster" estreou alguns meses depois do ícone realizado por John Milius e ás vezes parece uma versão contrafeita do mesmo.

As parecenças não serão inocentes visto que a produção da famosa franquia Conan para imagem real foi demorada e só não estreou antes por recortes na violência feitos à ultima da hora. "The Beastmaster" é uma adaptação extremamente livre de "The Beast Master", um livro de ficção científica dos anos 50 que nem foi mencionado nos créditos, segundo a Wikipedia. 
Um poster mais fiel aos visuais da fita.


Resumindo, umas bruxas boazonas em bikini mas com cara de ameixa seca mutante têm a profecia que o filho por nascer do Rei Zed vai matar no futuro o maléfico sacerdote Maax e destruir a sua seita de fanáticos que adoram o deus Ar. Um dos seus enviados transfere o bebé do ventre da rainha para o ventre uma vaca e depois de fugir da cidade, retira a criança do animal e marca-o com um ferro em brasa. 



O sacrifício é interrompido por um aldeão que foge com o bebé e o cria como seu filho. 
Já adulto, Dar é o único sobrevivente da aldeia, massacrada pelos selvagens Jun, seguidores de Tulsa Doom, perdão, Maax. 


Parte então numa viagem rumo à cidade em busca de vingança. Graças aos seus poderes de comunicação com animais, Dar vai conquistando aliados na forma de uma águia (Sharak), um par de fuinhas ou furões (Kodo e Podo) e o tigre Ruh


Como qualquer jovem, mas todo bombado em esteróides (não vi nenhum ginásio na aldeia), a primeira coisa a fazer é ordenar a Kodo e Podo que roubem a roupa a uma escrava - Kiri - que se banhava no rio e depois tentar impressioná-la e viola-la. Um sábado à tarde, portanto. 

Obviamente além de se vingar dos Jun e de Maax, Dar agora tem também que libertar a escrava. E as tarefas ainda não acabaram...



Logo de arranque a banda sonora dos créditos - da autoria de Lee Holdridge - parece um mix da "Battlestar Galactica" clássica e Indiana Jones, uma impressão que se mantém ao longo da metragem.

Como do filme só conhecia  é praticamente o poster (muito  ao estilo de John  Carter de Marte) quase metade do filme estive à espera que surgisse a pantera negra do poster. Um tigre pintado de preto também serve.


Portanto, na falta do grande Eusébio, o Pantera Negra, a quota de diversidade foi preenchida por um individuo de alto índice de melanina, grande e musculoso que também corria pelo ecrã envergando a bela da tanga de cabedal fantasia-medieval, o actor John Amos ("Raízes"). Outra cara e voz familiar é a do vilão de serviço Maax, o actor Rip Torn ("Aeroplano II", "MIB - Homens de Negro").

O protagonista Marc Singer participou em vários episódios da série "The Beastmaster" de 1999 noutro papel. A investigar para este artigo reparei que a cara dele não me era estranha devido à sua participação como "Mike Donovan", um dos líderes da resistência humana nas séries mini-séries e série de "V". Várias vezes esperei que Dar, o personagem de Singer, erguesse a espada no ar, gritasse "Eu tenho o PODER!!" e cavalgasse o seu tigre qual He-Man de baixo orçamento.

A beldade da fita, Tanya Roberts, a escrava/ninja Kiri, andou desfilando em trajes menores por vários filmes, ou até sem trajes, como "Sheena, a Rainha da Selva" (1984). "The Beastmaster" foi realizado por Don Coscarelli, o artesão da saga de terror Phantasm.

A falta de química, as coreografias manhosas e actuações de qualidade duvidosa, levaram a que para mim os momentos mais emocionantes fossem as mortes dos animais. Qualquer contador de histórias que se preze já há muito aprendeu que podem mostrar a destruição e massacre de uma aldeia inteira, mulheres e crianças empaladas e queimadas just for fun, que o espectador só deita a lagrimita solitária se um animal queriducho for magoado pelos maus da fita, autorizando moralmente o protagonista a proceder a uma limpeza de sarampo geral até eliminar da face da terra a espécie dessa bandidagem.
Assim que terminei o visionamento, escrevi no Letterboxd que "The Beastmaster" é uma fita de "sword and sorcery" (espadas e feitiçaria) com muitas sequências patetas, compensadas por algumas cenas de mamas e rabos.
Depois, dormi sobre o assunto e contextualizando a época e os meios, mesmo as cenas mais bizarras já me parecem fazer mais sentido, no universo da fita, e é de louvar a utilização de miniaturas! E devem ter gasto boa parte do orçamento a construir (?) aquela pirâmide dos sacrifícios humanos e a miniatura da cidade.

Já disse que sou fã de miniaturas, por mais óbvias que sejam? E não faz mal a ninguém alguma violência gratuita. O que seria de um filme de vingança sem uma aldeia destruída para dar motivo ao protagonista?
Se eu tivesse visto isto em plenos anos 80 teria delirado e de certeza desgastado a fita VHS em certas cenas... É fácil perceber como se tornou um filme de culto no género, apesar do fraco retorno de bilheteira. Tornou-se um clássico exibido na TV e gerou duas sequelas; "Beastmaster 2: Through the Portal of Time" (1991) e "Beastmaster III: The Eye of Braxus" (1996) com Singer a repetir a personagem Dar; e uma série com 3 temporadas: "BeastMaster" (1999-2002).

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