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Por Cine31 & Sofia.


Faz hoje 51 anos que, a 7 de Outubro de 1960, foi projectado nos ecrãs o Spartacus versão Kubrick, que adaptou o romance histórico homónimo de 1951 escrito por Howard Fast, sobre o escravo que desafia o poderio do Império Romano, numa época em que os filmes épicos estavam a entrar em declínio.

O protagonista Kirk Douglas (que também foi produtor executivo) rodeou-se de um elenco estelar: Laurence Olivier, Peter Ustinov, Tony Curtis, Jean Simmons, Charles Laugthon. Passado uma semana do inicio das filmagens Kirk Douglas substitui o realizador Anthony Mann por Stanley Kubrick, que aproveitou a sequência inicial filmada por Mann. Foram usados 8000 soldados espanhóis nas cenas de batalha, que tiveram muitas cenas mais sangrentas cortadas. O filme ganhou 4 Óscares. Veja o trailer no Youtube.


A cena mais conhecida, que se tornou um icone da cultura pop: "Eu sou Spartacus" ["I'm Spartacus!"],tantas vezes imitada e referenciada. Os romanos tentam forçar os escravos a denunciar Spartacus, mas são surpreendidos:







Veja também uma divertida versão feita pela Pepsi:

Três anos mais tarde foi realizada em Itália uma "sequela não oficial": "Il Figlio di Spartacus" (O Filho de Spartacus; aka "The Slave").




Passo agora a palavra à minha  sócia Sofia, para mais uns detalhes preciosos:


Spartacus, não existiu. Espártaco (em principio), sim. De origem trácia (o que não significa ser da Trácia – localidade que ficava situada entre “algures” entre a Bulgária e a Turquia, a expressão podia servir para designar "aquele que lutava com um escudo cilíndrico e uma espada curta"), Espártaco foi o líder da célebre revolta de escravos na Roma Antiga. Denominada por Plutarco (filósofo e prosador grego do período greco-romano) de “Guerra dos Escravos” ou “Guerra dos Gladiadores”e juntou na revolta mais de 100 mil escravos. 



Espártaco, escultura de Denis Foyatier (1830) Museu do Louvre

O gladiador foi comprado pelo lanista Lêntulo Batiato e levado para a escola deste, em Cápua. E a revolta começou pelos maus tratos que Batiato infligia nos seus homens - acontecimento que é "narrado",  por exemplo, na primeira série de Spartacus – Blood and Sand (já referenciada no Cine31 - aqui).

Depois da revolta, Espártaco foi responsável por um exercito numeroso e conseguiu derrotar de forma humilhante alguns generais romanos, no entanto, esta vantagem numérica terminou. O saque e as pilhagens falaram mais alto e alguns dos revoltosos, tornaram-se corsários, e deixaram de seguir o líder, seguindo percursos diferentes. 

No ano de 71 a.C. Marco Licínio Crasso (1) -  patrício, general e político romano, conseguiu parar Espártacus e os escravos que ainda o seguiam. Aqueles que não morreram em cenário de guerra, foram crucificados na famosa Via Ápia (via que tem 300 km e que vai de Roma a Cápua) – 6.000 homens foram condenados à morte - conta a história. 

Além do filme que hoje faz 51 anos (e da série já mencionada), os interessados na história, lenda, realidade ou ficção, podem ver: 

- Spartacus, um filme italiano de 1909; 
- com o mesmo titulo - Spartacus, outro filme italiano, datado de 1913 e realizado por Giovanni Enrico Vidali; 
- No ano de 1953, Riccardo Freda, lançou o filme Spartacus, cujo título em português é Spartaco, o Gladiador de Trácia; 
- Em 2004, na televisão, passou a série Spartacus, com Goran Visnjic no papel principal.




(1) A título de curiosidade, o termo "erro crasso" está relacionado com Marco Licínio Crasso. O general dominava sete legiões (com 50 mil soldados) e confiante na sua vantagem numérica, em plena batalha optou por cortar caminho através de um vale estreito caracterizado por ter pouca visibilidade. Quando o numeroso número de soldados alcançaram as saídas do vale, as mesmas estavam ocupadas pelos inimigos, e assim quase todos os militares foram mortos, incluindo Crasso. A partir desta data, o erro estratego-militar de Crasso, tornou-se símbolo de estupidez - foi de facto um "erro crasso".





E assim são... Os Dias do Cinema



3 comentários até agora:.

  1. Este comentário foi removido pelo autor.
  2. Adoro este clássico, apesar de ser um dos filmes menos falados de Kubrick e dos que tem menos características kubrickianas.

    Cumps

  3. Curiosamente, ainda não vi o filme, apesar de ter uma edição especial em DVD na minha colecção. Pois este projecto terá sido uma encomenda, e bem controlada por Douglas, que terá deixado pouco espaço de manobra a Kubrick.

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