007 – Quantum of Solace (Quantum of Solace)
Sinopse: Nesta nova aventura James Bond (Daniel Craig) combate um membro da misteriosa organização Quantum, Dominic Greene (Mathieu Amalric). Greene age disfarçado como ecologista e filantropo, mas prepara um golpe de estado na Bolívia, apoiando militares corruptos em troca de terrenos aparentemente sem valor, mas ricos em recursos hídricos. Para conseguir vingar a morte de Vesper Lynd – em Casino Royale – James Bond deve primeiro destruir Greene e para tal conta com o auxilio de Camille (Olga Kurylenko), uma mulher também consumida pela busca de vingança.
Opinião: Na segunda vez de Daniel Craig no papel de James Bond, o vilão a abater é uma oculta e omnipresente organização que manipula e infiltra governos, agências governamentais e outros órgãos de todo o Mundo; gabam-se de ter gente em todo o lado, com o objectivo de gerir recursos que lhes garante o máximo de …lucro! Nada mais actual, numa altura que a crise mundial arrasta, directa ou indirectamente, denúncias de embustes bilionárias no sector financeiro. Se alguém perdeu dinheiro no casino das bolsas, alguém ficou com ele… Voltando ao filme em questão, Bond interroga Mr. White em busca de responsáveis pela morte de Vesper e pelo rapto do namorado dela. Bond e M tomam então conhecimento dessa tentacular e oculta organização. Algumas espectaculares e adrenaliticas perseguições depois, estão estabelecidos os vilões e os aliados numa violenta batalha contra a Quantum, uma rede de crime a nível global. No calor da batalha traições acontecem e amigos são sacrificados fazendo o que acreditam ser correcto. Durante a película, a personagem de Craig demonstra-se ainda mais impiedoso e brutal que no filme anterior, obcecado em punir os responsáveis pela morte da mulher que amou. Finalmente Bond e Camille estragam os planos da Quantum para a Bolívia, mas fica a sensação que ganharam apenas uma pequena batalha numa grande guerra. Um conflito que certamente será abordado nos próximos filmes de James Bond.
É um bom filme de acção, mas, na minha opinião não alcança o patamar do seu antecessor, Casino Royale, tarefa nada fácil aliás. Além disso, depois do excelente resultado artístico e comercial do filme anterior, em que todo o universo Bond sofreu um reboot, a expectativa – pelo menos a minha - era enorme. Sendo essencialmente um filme sobre vingança, é compreensível que esteja menos presente o sentido de humor negro que predominava em Casino Royale. “Quantum of Solace”, o título do filme, é retirado de uma história curta de Ian Fleming (o criador do universo Bond), e as únicas coisas que têm em comum são mesmo o título e a personagem de James Bond. Em Portugal, decerto á falta de uma tradução razoável, o filme ficou com o nome original. Apenas um ponto negativo para a montagem dos momentos iniciais, durante a perseguição de automóveis: ficou muito brusca, “moderna” demais. Ou é da idade, porque custou-me um pouco a acompanhar o que se estava a passar. Excelente efeitos visuais, em que poucas vezes se detecta o recurso a truques digitais, uma banda sonora forte e original, e que ao mesmo tempo não foge dos acordes tradicionais da série de filmes Bond. A expressiva canção tema, o primeiro dueto na história das musicas para os filmes de James Bond, intitula-se "Another Way to Die", e é interpretada por Jack White (da banda “The White Stripes”) e Alicia Keys.
Um filme altamente recomendável.
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