Sinceramente, esperava mais público para o regresso do cineclube à modalidade de “cinema coberto e acondicionado”, ainda por cima julgo que não houve jogo de futebol nessa noite para prender os sócios em casa. É pena, porque ao longo destes breves meses de existência o cineclube tem demonstrado que consegue organizar e publicitar correctamente os seus eventos.
Antes do “main movie” foi projectada a curta francesa “Des morceaux de ma femme” (2000) sobre um homem que depois da esposa morrer decide desligar-se de tudo o que o ligava à sua vida de casado.
Pouco mais a dizer sobre esta (mais uma) obra-prima aclamada do mestre japonês Hayao Miyazaki, um primor de animação, fluidez, sonoridades e emoções, vencedor – entre outros prémios – do Óscar da Academia 2003 para Melhor Filme de Animação. Já tinha assistido uma vez, em formato DVD, mas a excelência dos cenários e animação só é verdadeiramente apreciável numa tela de cinema. Lamentável que o grande público continue a entender o cinema de animação como produtos para as crianças. Chihiro e os seus pais mudaram de cidade, mas estão prestes a chegar a uma nova terra, povoada por criaturas divinas e/ou monstruosas. Os pais são castigados e aprisionados na forma de porcos, e Chihiro, obrigada a usar o nome de Sen, terá que trabalhar arduamente neste mundo estranho para descobrir uma forma de salvar os seus pais da maldição e regressar ao mundo dos humanos. Durante as suas provações vai conhecer inúmeras personagens extraordinárias, que contribuem para transformar uma menina mimada numa rapariga responsável e confiante.
