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"Weird Science"  ["Que Loucura de Mulher" em Portugal, "Mulher Nota 1000" no Brasil], escrito e realizado por John Hughes estreou alguns meses depois [02-08-1985] do mais conceituado "O Clube" ("The Breakfast Club" ) mas esta comédia trapalhona é bem distante do estilo do anterior, apesar de um dos protagonistas Gary (Anthony Michael Hall) ter pelo menos um diálogo que ecoa a sua personagem em "O Clube". Wyatt (Ilan Mitchell-Smith) é o comparsa mais abastado de Greg e ambos são nerds introvertidos sem sucesso com o sexo oposto.

Em épocas de grande desenvolvimento tecnológico tudo parece possível. Numa década com gravadores vídeo, walkmans, e os computadores pessoais com as seus acessórios provavelmente o utilizador comum podia pensar que não estava longe o dia em que podiam criar tudo o que desejassem na sala de estar aos comandos do ZX Spectrum ou Amiga (neste caso concreto um Memotech MTX 512). E não estou a falar de impressoras 3D.

No filme graças à invasão das bases de dados militares dos EUA, velas, uma boneca, soutiens na cabeça e uma tempestade espontânea, dois putos do secundário criam a sua mulher de sonho. O nome atribuído pelo duo a essa bomba sexual é Lisa (Kelly LeBrock). Aliás, até ter visto o filme a única cena que conhecia é a épica entrada de Lisa, envergando apenas cuecas azuis e uma minúscula blusa branca. Esta imagem perdoa os outros figurinos e penteados horríveis que enverga ao longo da fita.


Como diz a letra da canção dos Oingo Bongo [a banda que na época tinha como vocalista Danny Elfman mais conhecido como o compositor de das bandas sonoras de "Batman" e outros filmes de Tim Burton e muitos mais], "Weird Science" (que se mete na cabeça!!), "magic and technology" e "fantasy and microchips". Magia que aprenderam não sei onde, porque o filme onde se inspiram, o Frankenstein até é mais cientifico. Mas, numa comédia nem tinha que fazer sentido. Voltando ao "Frankenstein" (de 1931), se estranharam as cenas coloridas, o IMDB esclarece que esses clipes foram feitos propositadamente para o filme. O videoclip da canção tema dos Oingo Bongo também usou a estética do velhinho Frankenstein:




Depois de todas as tropelias e das miúdas - Deb (Suzanne Snyder) e Hilly (Judie Aronson) - uma loura e outra morena, que os protagonistas desejavam no inicio da fita se "apaixonarem" por eles, a festa termina e toda a confusão é limpa. E os bullies Ian (Robert Downey Jr.) e Max (Robert Rusler) que até antes eram namorados delas, e que as largaram pela chance que Wyatt e Greg lhes construíssem uma mulher de sonho como Lisa ... e que raio lhes aconteceu? Não reparei se fugiram quando começou o caos da magia descontrolada. E aos avós em estado catatónico guardados num armário? Assumimos que tudo voltou magicamente ao normal mas com tanto destaque anterior a esses personagens, esperava que... Entretanto, li num artigo que Hughes escreveu o argumento em 2 dias. 'nuff said.


O comportamento e o propósito de Lisa são tão inconsistentes que até parece bipolar ou um produto com defeito. O mais consistentemente divertido é Chet, o bully irmão de Wyatt, desempenhado por Bill Paxton. O actor que já foi caiu vítima de um Predador, um Alien e um Exterminador, neste filme apesar de vivo tem um destino bem mais...malcheiroso. Depois de acabar de ver o filme é que confirmei na Wikipedia que a cena dos motards "mutantes" era literalmente saída de "Mad Max 2", com o actor Vernon Wells a fazer um personagem do género do seu Wez no êxito de 1981.
O sucesso do filme originou uma série de cinco temporadas entre 1994 e 1998"Weird Science" [video].
"Que Loucura de Mulher" estreou nas salas portuguesas (pelo menos nos cinemas da capital) com classificação para maiores de 6 anos (dias depois já com a indicação maiores de 12, pelo menos no "Diário de Lisboa") no dia 15 de Janeiro de 1987, altura em que estavam em exibição por exemplo "Howard e o destino do Mundo", "Duelo Imortal", "As Aventuras de Jack Burton nas Garras do Mandarim", "Nove Semanas e Meia" e "Aliens: O Recontro Final", estreados no final de 1986.
"Diário de Lisboa" [15-01-1987]
 Uma das críticas mais curtas que já vi no jornal: "De são e de louco todos os filmes têm um pouco..."
"Diário de Lisboa" [17-01-1987]
Em suma, tem um conceito divertido, mas a execução é uma confusão, salvando-se algumas cenas quase desligadas do tom do filme, a criminosa sub-utilização de Kelly LeBrok, uma boa trilha sonora e a ruptura casual da quarta parede.



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