O que há para dizer sobre o Oldboy?
Demasiado e como eu estou nas aulas não convém alongar muito. Mas como me sinto confiante com esta matéria sobre as obras de Kamal-ol-Molk, decidi vir ao CINE31 saber como vocês estão e partilhar convosco a minha análise a esta edição de um dos filmes mais conhecidos da Coreia do Sul. Se não O mais conhecido.
À semelhança das minhas outras análises do género eu não vou falar do filme em sí mas centrar-me mais no pacote total, o que este traz e a qualidade.
A CAPA
Como eu disse no título, a capa é uma Steel Case. Levou uma amogadela que mal se nota mas é o que dá encomendar de longe e ser aberto na alfândega por simios. Estagiários.
Além do brilho nato de uma caixa metálica, toda a imagem está recheada de cores brilhantes que proporcionam um look neon fantástico. Dependendo do ângulo, temos uma atmosfera diferente.
Na contra-capa temos colado um cartão que com as especificações do Blu-ray presente. É um cartão facilmente removível e neste caso vão agradecer pois revela...
... uma imagem muito mais interessante.
E para quem ainda tem quaisquer duvidas de que esta edição fica muito bem na vossa coleção, aqui vos exponho o filme no meio de dois dos melhores filmes da história, onde fica sem dúvida bem acente.
Eu Amo-te Cinema! |
Mas chega de contermos a saliva, está na altura de abrir a caixa! E tenho de admitir que fui surpreendido.
POR DENTRO (da caixa)
Não esperava a inclusão de "duas" fotos do filme. Pelo menos aparenta ser papel fotográfico, em termos de qualidade de imagem e gloss, mas a textura não parece totalmente. Precisamos do Brain Mixer para nos decifrar o material. São duas imagens icónicas do filme, uma atrás da outra.
Seja como for, fica a ideia para os casamentos. Em caso de divórcio, basta virar a foto para o lado em que só estamos com os nossos pais. O planeta agradece e, melhor ainda, sai mais barato! Brilhante!
Como fundo temos esta bela imagem para não esquecermos sempre que pusermos ou retirarmos o disco.
Há coisas que realmente fazem com que isto da vida valha a pena |
Além do Blu-ray com o filme, temos ainda um disco bónus com o remake americano do Spike Lee.
Pronto, peço desculpa.
O DISCO
Aqui é que há alguma decepção ou pelo menos aparenta.
Ora, eu vi o Oldboy pela primeira vez... digamos que não com a melhor das qualidades, especialmente nos pretos da imagem. Mas não me estragou minimamente a experiência, pelo contrário, acho que lhe deu mais charme. Basicamente, é um filme que resulta seja em que qualidade for.
Sendo este um filme cheio de textura na imagem, em Blu-ray podemos ver realmente as rugas do Oh Dae-su. As ruas ganham relevo e as cores respiram. Sem querer espificiar, há alguns detalhes em CGI que são arruinados em HD pois tornam-se claramente falsos a um ponto de parecerem saídos do Who Framed Roger Rabbit?. Novamente, não quero espeficiar pois não quero estragar nada a quem não reparou mas sinceramente não é nada que arruine o filme ou se quer a cena.
Onde é bem favorecido é no som. Só pude testar, por enquanto, em Dolby Digital 2.0 Stereo mas também há a opção de Dolby Digital-ex 5.1 Surround e DTS-HD Master 7.1 Surround. Se virem dobrado em Inglês não têm a opção de 7.1. Como castigo. Para aprenderem.
Quanto aos extras....
Temos o trailer que, embora seja muito bom, deve ser visto depois do filme pois revela demasiado.
Temos três comentários, um com o realizador Chan-wook Park, outro com o realizador Chan-wook Park e o cinematografo Chung-hoon Chung e por último um comentário com o realizador Chan-wook Park e o elenco.
Portanto, o Chan-wook Park farta-se de falar.
É desapontante só haver comentários e nenhum making-of ou cenas cortadas, ou assim parece. Chan-wook Park, como eu disse, farta-se de falar mas é aqui que vamos encontrar, tecnicamente, o making-of. Se há coisa que detesto é ver um filme com o comentário do realizador e ele decidir divagar, para chegar FINALMENTE à cena que queremos saber o seu ponto de vista... para ele falar sobre o que comeu no carnaval passado no Cacém. Vai-te lixar Tim Burton.
Mas o Sr. Park fala tudo. Fala com humildade mas também com confiança, especificando o porquê da música ser como é e das cenas serem como são, explicando, portanto, o resultado que ele procurava. Há também espaço para alguma trivia como a improvisação do Oh Dae-su himself, Choi Min-sik.
Continua a ser desapontante mas são dos comentários mais enriquecedores que já ouvi.
Conclusão abrupta
É uma edição fantástica mas todo o seu apelo recai sobre a exposição. A capa é linda em todos os ângulos e a adição das fotos é um bónus inesperado que ficará bem numa moldura na vossa secretária ao lado da fotos dos vossos filhos. Ou à frente deles, até.
Só peca mesmo por ser um disco muito vazio mas se gostarem de comentários ou simplesmente desejarem saber mais sobre a produção (o IMDb fica longe, deixem-me), há recompensa para os pacientes.
Tipicamente, este é o tipo de edição dedicado exclusivamente a fãs acérrimos pelo que seria dificil de recomendar a um espectador mais casual. No entanto, custou-me 18€, portes incluidos. Visto que nunca vi esta edição à venda por cá e que está ainda mais barato do que um blu-ray "simples" nas nossas lojas do costume, eu diria que é de aproveitar. Pagam menos por uma edição que se destaca mesmo que a guardem numa caixa. As pessoas entram e sabem logo que ela está ali na vossa casa.
Claro que se virem outra versão com mais extras quer no disco quer na caixa, atirem-se a essa. O importante é que tenham o Oldboy de alguma forma. Mas tentem arranjar alguma edição que traga um polvo vivo.
Especialmente se chamar-se Paul.
Esse bastardo.
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