Looper - Um filme de Rian Johnson; com Bruce Willis, Emily Blunt e Jeff Dan...Jeff Daniels? Uau! Eu tenho de admitir, o único papel do Jeff Daniels que eu vi foi o de Harry no Dumb and Dumber por isso podem imaginar o choque que apanhei quando o vi neste registo mais... bem, normal. A ver se agora volto atrás e vejo mais filmes dele.
Seja como for, Looper é o filme de ficção-cientifica do momento. Há quem diga que é o novo Matrix. Eu digo que é o Looper pois tem uma identidade própria e suficientemente original.
O filme é uma nova interpretação sobre as viagens no tempo, onde assim que esse "transporte" é inventado torna-se quase imediatamente ilegal. Bruce Willis é um "Looper", alguém contratado para matar no presente os viajantes do futuro enviados por uma organização criminal. Tudo parece uma alegria até o Bruce Willis ver-se obrigado a matar o Bruce Willis do futuro quando este é enviado. Acontece que o choque de saber que no futuro será careca é tão grande que o Bruce Willis senil acaba por escapar. Assim, é uma corrida contra o tempo (desculpem) onde Bruce Willis tem que eliminar o Bruce Willis idoso antes que o eliminem a ele.
"Vais querer evitar andar descalço sobre os vidros no chão. Confia em mim, venho do futuro!" |
Há um toque de Back to the Future no filme e não me refiro ao óbvio tema em comum mas sim mais especificamente à interacção entre a personagem do presente com a sua versão do futuro e as influências consequentes dos actos de cada um sobre o paradoxo temporal. Para descrever mais um pouco sem revelar nada de importante sobre a história, imaginem o Inception mas sem as doses de exposição de minuto a minuto. Na verdade, há sequências inteiras sem diálogo e mesmo assim em momento algum ficamos confusos sobre o funcionamento deste mundo. Há explicações no inicio do filme mas o ritmo é apropriado e depressa sabemos que regras existem (só nos resta saber se podem ou não ser quebradas) relembrando-nos apenas mais à frente os pormenores importantes que já nos tínhamos esquecido. O filme explica o suficiente para aprendermos como este mundo que nos é apresentado funciona mas deixa espaço para interpretar alguns detalhes. A parte divertida é que são precisamente esses detalhes que do nada dividem o público que vê o filme, incluindo eu que às tantas fiquei na dúvida sobre o que estava a ver mas acabei por aceitar o novo rumo e valeu a pena.
Bruce Willis demonstra continuar em forma como estrela de acção e este há de ser, a seu tempo, um dos clássicos da sua filmografia. Só acho que a versão do Bruce Willis do presente podia ser interpretada por um jovem actor como o Joseph Gordon-Levitt ou assim mas com ele a fazer os dois papéis não ficou mau, pelo contrário.
Sobre o filme impera uma combinação bizarra entre blockbuster com filme indie. Num momento há acção com grandes efeitos e mais à frente somos premiados por um vasto plano parado de uma cultivação agrícola. Estranhamente, resulta bem e, na minha opinião, essa mistura só beneficiava imensos filmes de ambos os estilos.
Mas esqueçam os Bruces Willises, a acção e as viagens no tempo. O que este filme tem que mais impressiona é uma criança.
Sabem quando num filme uma criança diz falas engraçadas aos adultos e nós ficamos incrédulos por ser tão perspicaz? Pois. Esqueçam o Macaulay Culkin e o Haley Joel Osment! Bem, não precisam de os esquecer, continuam com papéis memoráveis mas este Pierce Gagnon no papel de Cid está incrível! Eu fiquei de boca aberta e na dúvida se o puseram mesmo a falar aqueles textos ou se só aproveitaram o corpo e fizeram voice-over porque o miúdo está fabuloso para quem tem uns 5 anos! Faz-me lembrar o miúdo do The Shining excepto que este sabe em que filme está. Está soberbo!
Se tenho alguma coisa a queixar-me do filme é só mesmo o caminho que acaba por tomar, preferia outra coisa mas não fiquei desapontado pois não deixou de ser bastante interessante e trouxe dessa forma algumas cenas fortes. Não estou a brincar, há uma cena em particular que mostrou que este filme tem aqueles míticos genitais masculinos que todos os homens afirmam ter excepto quando vêem uma aranha. Ou se calhar isso sou só eu. Tenho fobia, o que querem que eu faça?
Outro aspecto a mudar é o ritmo que às vezes torna-se meio frouxo mas isto já sou eu a ser mesquinho.
Looper é das maiores surpresas de 2012. Tem ideias novas, é emocionante, tem um Bruce Willis com piadas hilariantes (a minha favorita é quando parte a janela) e umas das melhores interpretações de uma criança na história do cinema! Não que eu tenha visto todos os filmes existentes mas desde que vi o Sexto Sentido que não sou assombrado por uma actuação de uma criança. E já vi o Sexto Sentido há uns bons anos.
Não sou da opinião que Looper é um novo marco do cinema mas é certamente um filme que vale a pena vocês perderem tempo a vê-lo. Perceberam? "Perderem tempo"? Eu vou estar aqui a semana toda se precisarem de mim.
Categorias:
by bruno,
critica,
Joseph Gordon Levitt,
looper,
review
achei piada à caracterização do Joseph Gordon-Levitt e aos seus "tiques willis". O som do filme é brutal (se bem que, tiros de minuto a minuto fez-me dores de cabeça). E definitivamente filmes de ficção cientifica com temática amoroso-lamechas não são a minha praia. Comeu-se
Então presumo que não viste o "The Time Traveler's Wife"? (eu também não. gostei do livro, mas achei o trailer muito lamechas)