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 Apesar de eu não ter jeito para escrever e só visualizar filmes de trampa, eu prometo adoptar um profissionalismo ao ponto de não colocar spoilers nesta crítica ao contrário de um certo analista de cinema qual não vou mencionar. Prometo, também, que o meu profissionalismo não irá ultrapassar esse ponto pois escrever à Eça de Queiroz num artigo sobre o Batman é aborrecido pelo que prefiro escrever às três pancadas como já diziam na A-Da-Gorda. Portanto, escrever como sempre escrevi.

 É sempre difícil quando um filme não atinge as nossas expectativas. Ora por pisar a ratoeira de ser o terceiro filme de uma história, ora por termos expectativas exageradas. Sejamos sinceros, os dois primeiros filmes são tão bons que é quase um crime continuar. Mas Hollywood não muda e continuaram. Mesmo prezando por terem tentado algo diferente do que já foi feito, este filme vai viver para sempre à sombra da grandiosidade dos filmes anteriores. Não é mau, não, mas podia ser muito mais do que é!


E agora que terminei a minha crítica ao Back to the Future Part: III, vou começar a minha crítica ao The Dark Knight Rises.


 Vários espaços espalhados pela internet sabem o quão tarado eu sou pelo Batman. Que digam os meus amigos ou pelo menos os poucos que ainda falam comigo pois tenho sido insuportável não me calando com o filme. Naturalmente, ali estava eu na fila gigante da antestreia, fila essa que corria todo o Colombo como se fosse o jogo snake após jogarmos uns bons minutos. Tínhamos tudo! Uns 6 ou 7 nerds com t-shirts do Batman, abutres à coca de quem não tinha par e, claro, um individuo de enorme barba e vestido de cima a baixo em laranja fluorescente a filmar tudo o que via que nem o Bean quando vai de férias. Estávamos preparados!



 Após mais umas agoniantes semanas a ver anúncios e trailers, o filme finalmente começa. O início é um pouco como o The Dark Knight, começa com uma espectacular cena de acção e depois o filme abranda para nos situarmos na história. Eu vi na internet o prologo do filme quando foi exibido com o Mission Impossible Ghost Protocol e felizmente as queixas foram ouvidas, agora percebe-se sem dificuldade o que o Bane diz na cena, bem como no resto do filme. Já o Batman... Eu sempre defendi o sentido da voz de quem foi aos dias todos do Optimus Alive, mas desta vez tenho que concordar que em algumas cenas não consegui perceber nada do que o Batman dizia. Mas isso não importa, o filme tem o Morgan Freeman!

 O elenco do filme é incrível, é sempre um tesouro do cinema ver o Morgan Freeman e o Michael Caine juntos. Christian Bale é sempre um actor de qualidade e sem dúvida que este é o seu melhor Bruce Wayne dos três filmes. Desde o Batman Begins que o crescimento do Bruce Wayne é feito de forma extraordinariamente credível e tal é devido não só ao guião mas também ao desempenho do Bale que consegue transitar impecavelmente de jovem confuso a adulto com bastante experiência de vida... e cicatrizes. O seu desenvolvimento volta a ganhar mais destaque neste The Dark Knight Rises tal como no Batman Begins e embora a tramóia do Bane (já lá chegamos) seja espectacular, é o conflito interno de Bruce que serve de motor ao filme providenciando os melhores momentos, em particular os que envolvem a relação entre o Bruce com o Alfred.



 Aprendendo a minha lição com o Joker do Heath Ledger, sempre estive convicto que a Anne Hathaway era mais que capaz como Catwoman e como sabe bem estar certo! A Selina Kyle rouba a atenção mal aparece em cena. É má, divertida, inteligente, egoísta e sensual. Nunca gostei da personagem Catwoman até agora. É muito independente mesmo nos momentos mais aflitivos mas não deixa de ter um lado vulnerável tornando-a na minha interpretação favorita da Catwoman e facilmente no Top 3 de qualquer um de vós. Junta-se a ascensão de Tom Hardy e do meu ídolo Joseph Gordon-Levitt com a sempre maravilhosa Marion Cotillard e o resultado é um filme com uma equipa de luxo.

 Por falar em Tom Hardy, cum caneco que este Bane mete respeito! Tal como na banda-desenhada, é um adversário temível não só pela sua força bruta mas também pela sua inteligência. Sem revelar nada, o plano que ele tem no filme é além de violento uma interessante crítica ao mundo em que vivemos, da mesma forma que os filmes anteriores criticavam embora neste seja bem mais óbvio mas igualmente filosófico. De todas as personagens que Nolan podia ter escolhido, Bane foi perfeito pois proporcionou um desafio ao Batman que ainda não tinha sido visto em qualquer outro filme do morcego. Sabemos que temos um bom vilão quando este pode estar calado ao canto da sala e longe da acção mas que ainda assim sentimos e tememos a sua presença.

Não admira que ele seja tão violento, ou passa fome ou come com dores.
Um pouco como os cozinhados da minha mãe.

  O filme é muito intenso com algumas cenas de tirar o fôlego, em parte graças à música do Hans Zimmer... ou à falta dela. Tal como aconteceu no The Dark Knight, há uma cena importante que decorre sem música e eu adoro essa experiência. É de esperar num blockbuster que a acção seja acompanhada de uma música tão alta como o motor de um Formula 1 e embora a maior parte das cenas de acção deste filme mantenham esse espírito, Nolan sabe que ouvir personagens gritarem em lutas ou carros a despistarem é já intenso o suficiente e muito mais imersivo já que há menos distracções. Se é que estou a fazer sentido... se não estiver que se dane, eu vi finalmente este filme, não me importa mais nada na vida!

 Mas por mais Fanboy que eu seja não posso fingir que achei o filme perfeito tal como não achei os anteriores. Para mim, mesmo este sendo maior que o gigante The Dark Knight, tem um ritmo muito mais conciso. No The Dark Knight sempre achei que no terceiro acto há uma revira-volta irritante e felizmente neste terceiro filme todas as revira-voltas que atrasam um pouco o desenrolar da história são bem vindas. No entanto, apesar do filme ter 2h45min... está bem, eu vou dizer o que muitos não querem... o filme podia ter sido maior. Há tantas sub-histórias no filme que sendo todas elas interessantes eu desejava ver mais delas. É um daqueles filmes em que mais 15 ou talvez até 20 minutos faziam toda a diferença. Eu fiquei com a noção que o final do filme decorreu muito depois do inicio, para mim não foi daqueles filmes que passaram a correr apesar do tempo considerável, mas nunca me senti exausto pois estive sempre investido. Segundo percebi, Nolan tinha 4 horas de filme e nota-se bem que ele viu-se à rasca para cortar algumas coisas pois a edição neste está abrupta em algumas partes. Percebi sempre o que estava a acontecer ao contrário das lutas no Batman Begins, mas nota-se pela edição que o filme não foi pensado para ser "tão curto". Só me resta esperar por ver as cenas cortadas.

 Quanto às sub-história, estas tiveram uma conclusão demasiado conveniente nem parecendo típico do Nolan mas adorei a motivação do Gordon em relação ao caso do Harvey Dent pois fez perfeito sentido e mesmo tendo visto o The Dark Knight centenas de vezes nunca tinha pensado totalmente no que podia estar na cabeça dele. Pegando nesse exemplo e apesar de haver pontos na história um pouco frouxos, Nolan conseguiu ligar todas as pontas do primeiro e segundo filme a este de tal maneira que foi como se tivesse sempre imaginado a trilogia completa desde 2004.

Seu traquinas!
  O final (calma, não se assustem, não vou contar nada!) é... à Nolan. Épico (detesto usar esta palavra mas aqui não tenho outra escolha), emocionante e perfeito para toda a trilogia. Estes três filmes marcaram imenso o meu crescimento pois foi a partir deles que ganhei vontade de falar de cinema e até de fazer cinema (mas isso é uma outra história que ninguém quer saber). Claro que eu adorava ver mais filmes deste universo, adorava ver um Riddler, um Azrael, um Red Hood e um Hush, mas era esta história, parte da arca Knightfall, que eu queria ver contada pelo Nolan por ser a minha favorita e estou mais que satisfeito embora também também adorasse um filme do The Dark Knight Returns feito pelo Nolan e certamente que há aqui fortes homenagens a essa história. Mas por mais amor larilas que eu tenha a esta saga, é tempo de seguir em frente e ver o nascimento de um outro universo do Batman com novas interpretações e um novo Joker. Eu, como fã que sou, não podia ter pedido mais nada desta conclusão. Foi incrível acompanhar toda esta jornada desde 2005, a ler todos os artigos, as primeiras imagens, os primeiros trailers, as teorias... Sei que vou levar imensas bofetadas mas digo sem pensar duas vezes que esta trilogia foi o Star Wars da minha geração. Não estou a comparar os franchises directamente mas sim a sua magnitude pois o cinema bem que precisava de voltar a ser cheio por pessoas entusiasmadas de todo o mundo e numa era onde a pirataria é abundante, isso é um feito incrível. Muitos não estarão de acordo comigo, muitos acham este filmes sobre-valorizados e um verdadeiro lixo e eu aceito isso e percebo quem não gosta, por mais cego e tarado que eu seja não vou fingir que isto é o melhor que o cinema tem para dar, isso seria o Shrek, mas tenho todo o orgulho de polir esta minha admiração que mesmo com muitos defeitos que tem, eu não podia ter sido mais impressionado. Afinal de contas, não é todos os dias que encontro uma trilogia perfeita.

E nem a companhia que tive durante a sessão podia ter sido melhor!
  Sejamos sinceros, ninguém lê esta ou qualquer outra crítica para saber se vale a pena ver o filme. Mesmo que odeiem os filmes anteriores, irão ver este filme mais cedo ou mais tarde. Mas se duas ou três pessoas estiverem interessadas na minha opinião, o que imagino que assim seja pois esta frase está bem abaixo da página que abriram, assim concluo: O meu filme favorito da trilogia continua a ser o The Dark Knight. Mas digo também isto: o The Dark Knight Rises pode não ser tão refrescante como foi o The Dark Knight, mas o seu valor não deixa de ser considerável por ser o difícil terceiro filme de uma franquia estabelecida há 8 anos, bem como o sucessor de um dos filmes mais aplaudidos que há na recente memória. Não creio que será tão memorável como o The Dark Knight mas reforça bastante esta trilogia sem igual. Uma mistura de Batman Begins com The Dark Knight e o suficiente para dar uma identidade própria, The Dark Knight Rises é daqueles eventos obrigatórios que aparecem uma vez ou outra no meio da reciclagem que se tornou Hollywood. Emocionante do princípio ao fim, é outro filme que nunca irá sair da minha cabeça e, repetindo-me, a conclusão perfeita à saga.

 E eu gosto imenso do Back to the Future Part III, só disse aquilo por propósitos satíricos.

Internet, eu estou feliz =)

Até sempre tipos esquisitos!

4 comentários até agora:.

  1. JB says:

    Não fosse a penúltima frase ("E eu gosto imenso do Back to the Future Part III, só disse aquilo por propósitos satíricos.") e já estava aqui a chamar nomes! eheh.... em relação ao Batman, terei de ver primeiro! Mas para quem começa por afirmar que não tem jeito para escrever, não está nada mal, não senhor!

  2. Sarah says:

    Estou com a esperança de ver o filme hoje, I can't waaait!

    Sarah
    http://depoisdocinema.blogspot.pt

  3. Anónimo says:

    Exacto é o Star Wars da nossa geração, sem dúvida! Eu era um dos 6 ou 7 nerds com t-shirts do batman.....

  4. Esse aparte inicial em relação ao Back to the Future foi brilhante :P

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