O filme adapta a série de graphic novels (banda desenhada!) em seis volumes em preto e branco intitulada "Scott Pilgrim", da autoria de Bryan Lee O'Malley e publicada entre 2004 e 2010. A história deste filme de comédia/acção/musical é bem simples: Scott Pilgrim (o baixista da banda rock "Sex-Bob-omb") apaixona-se à primeira vista pela bela e misteriosa Ramona Flowers. Depois de umas tentativas atribuladas de conquistar o coração da amada, Scott descobre que para poderem namorar terá primeiro que derrotar os sete malvado ex-namorados de Ramona. O resto é um espectáculo recheado de efeitos visuais e sonoros, personagens carismáticas e muita música e KOs!
Não sou geek dos jogos de computador e consola, não conheço muitas bandas fora do circuito comercial, portanto à primeira vista estaria excluído do público alvo de um filme recheado de referências a esses dois universos. E no entanto, é fácil criar empatia com a história e os personagens. Este filme podia ter sido mais uma fantasia de poder adolescente, mas está repleto de um sentido de humor peculiar e um ritmo narrativo diabólico e invulgarmente livre de convenções, e durante a maioria da metragem consegue ser entusiasmante, e não apenas durante as sequências de luta, que são bastantes e imaginativas, mas também quando deambula pelas relações inter-pessoais do universo Scott Pilgrim. Todos os actores estão muito bem, incluindo o protagonista Michael Cera, actor sobre o qual confesso que tinha muitas reticências antes de ver o filme, talvez devido a filmes anteriores que deixaram a imagem de tótó. Além de uma deslumbrante Ramona (Mary Elizabeth Winstead), outro ponto forte da película são os enérgicos secundários, que contrastam com o melancólico Scott e a indecisa Ramona, e que dão vida a cenas que, com outro material de origem ou um realizador diferente, seriam decerto chatas de morte! Destacam-se Ellen Wong como Knives Chau (perdidamente apaixonada por Scott), Kieran Culkin como Wallace Wells (o colega de quarto gay de Scott) e Anna Kendrick como Stacey Pilgrim, a irmã de Scott. Bom trabalho do realizador Edgar Howard Wright, que além de dirigir o filme, o escreveu, produziu e actuou num pequeno papel. Os seus antecedentes incluem pérolas hilariantes como Shaun of the Dead e Hott Fuzz.
Também de destaque é o modo como os elementos típicos de banda desenhada - como as onomatopeias e transições espaciais - são transpostos para o grande ecrã, de um modo divertido e com significado para o decorrer da narrativa, sendo na maioria das vezes mais que dispositivos de humor ou estilo. Outro elemento do filme que triunfa é a constante utilização de música, como banda sonora incidental e mesmo como parte da acção, visto que vários dos personagens pertencem a grupos musicais. Como disse antes, é um género musical que desconheço, mas a que agora vou começar a prestar mais atenção.
Em suma, um filme fresco, e extremamente divertido, sex, games and rock'd roll!
Também de destaque é o modo como os elementos típicos de banda desenhada - como as onomatopeias e transições espaciais - são transpostos para o grande ecrã, de um modo divertido e com significado para o decorrer da narrativa, sendo na maioria das vezes mais que dispositivos de humor ou estilo. Outro elemento do filme que triunfa é a constante utilização de música, como banda sonora incidental e mesmo como parte da acção, visto que vários dos personagens pertencem a grupos musicais. Como disse antes, é um género musical que desconheço, mas a que agora vou começar a prestar mais atenção.
Em suma, um filme fresco, e extremamente divertido, sex, games and rock'd roll!
Mais info:
Banda Desenhada: Scott Pilgrim (Wikipédia PT)
Filme: Scott Pilgrim vs The World (Wikipédia PT)
Trailer (Youtube):