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A minha missão, caso a aceite é de ir gastar preciosos 4euros ao cinema mais próximo e assistir à estreia da semana. Nem esta mensagem se vai autodestruir dentro de 5 segundos, nem foi dinheiro desperdiçado. Pelo contrário, assisti a um dos melhores filmes de acção que (na minha modesta e não remunerada opinião) jamais foram feitos. A fita é: Missão:Impossível III e digo-vos: é uma experiência alucinante!
Sinopse: O agente secreto mais famoso (o Bond não, o outro), Ethan Hunt está de volta e ele e sus amigos da IMF (Impossible Mission Force), têm de enfrentar um dos vilões mais desprezíveis, vingativos e maléficos que o silver screen já viu. Como toda a gente que viu o trailer sabe, Owen Davian (Philip Seymour Hoffman) rapta a rapariga de Hunt (Tom Cruise) a belíssima Julia (Michelle Monaghan) e dá um ultimato a Hunt para este recuperar uma arma codename “Pata de Coelho”, que tem um valor astronómico no mercado ilegal de armas biológicas. Depois do resgate quase perfeito de uma colega, a equipa de Hunt (Luther, Zhen e Declan) utiliza todas as artimanhas á sua disposição para conseguir ultrapassar as defesas da “Pata de Coelho” e entragá-la ao terrível Davian antes que termine o prazo.

Crítica:Cruise está de volta! Esqueçam as tolices sobre Cientologia (ainda pensei não mencionar aqui a religião do ídolo de muitos milhões, mas podiam pensar que fazia parte deles. Mas descansem, que não vou referir as palavras Katie Holmes, Oprah Winfrey e sofá. Pronto.), esqueçam aquele sorriso Pepsodent, esqueçam as pombinhas do John Woo! E o que o homem trás com ele é um filme fenomenal, que me surpreendeu positivamente. Se saísse um filme destes por ano era um gajo feliz. Estou farto de ver trailers que mostram todas as cenas de jeito e chegamos ás salas, largamos os euros, controlamos para não enfiar o balde de pipocas pela cabeça dos putos aos saltos na fila detrás e depois no filme pensamos: “Então pá! O trailer era melhor! Porra, devia ter ido ver o do Padre Amaro!”.
Começa in media res, exibindo ao espectador uma dramática cena com repercussões por toda a película. Depois das emoções estarem ao rubro, cortamos para uma sequência leve e divertida (atenção ao cameo de um actor do elenco de “A Vingadora” (“Alias”), que também surgiu uns segundos na série “Perdidos” (“Lost”) – ambas séries criadas por J.J.Abrams – nessa altura para ser devorado pelo monstro da ilha), a festa de noivado de Ethan e Júlia. Ficamos a conhecer um pouco melhor a vida privada do agente secreto e a sua máscara para o resto da sociedade. Nessa noite é contactado para voltar ao trabalho de campo, e resgatar uma das suas antigas instruendas, Lindsey (Keri Russell, a “Felicity” da série homónima, criada por…J.J.Abrams). A partir do momento em que aceita a missão, Hunt está atolado na conspiração que rodeia a IMF e a sua busca para capturar Davian, uma corrida endiabrada com elaborados planos de invasão e fuga do Vaticano e de um prédio em Xangai, e que ainda tem tempo para breves referências a manipular o governo dos EUA. Com Cruise voltou Ving Rhames (Luther Strickell, o homem que toma conta da retaguarda de Hunt, e a inveja de muitas senhoras…), e trouxeram os novatos à equipa: Maggie Q (Zhen) e Jonathan Rhys Meyers (Declan). Ainda assistimos às interpretações de Laurence Fishburne (John Brassel , o chefão da IMF) e Billy Crudup (John Musgrave, o superior directo de Hunt). Os criadores do filme decidiram recentrar a atenção no extraordinário trabalho de equipa, em detrimento de apresentar Cruise como um homem-exército. Ele é vulnerável, mas trabalha com os melhores. A emoção e os diálogos são contagiantes, todo o elenco é competente, as cenas de acção são agitadas e com efeitos especiais totalmente credíveis, mesmo durante saltos entre arranha-céus. Sou assumidamente fã do estilo câmara-ao-ombro, muito em voga tanto na TV como no cinema, mais uma prova da reciprocidade entre ambos os meios. As cerejas no topo do bolo são as mulheres bonitas, veículos velozes e equipamento variado. Relativamente á banda sonora é claro que não podia faltar o clássico tema da série antiga da autoria de Lalo Schifrin, desta feita em várias versões do compositor Michael Giacchino (e obviamente encontramos ecos de temas de “Alias” e “Lost”. Mas não me estou a queixar); e ainda há tempo para ouvir “We are family” (a sério).
A saga está no caminho certo. Se em Hollywood (Mr. Cruise incluído) fossem inteligentes – na medida em que quisessem vender um produto de qualidade e dignidade, se existir uma quarta Missão: Impossível, não deixavam mais ninguém, além de Abrams mexer na franquia. Mas eu sei que o dinheiro fala mais alto…


Pontos Baixos: Os curtíssimos espaços de tempo em que não acontece nada “explosivo”. Mas mesmo esses são importantes, bem feitos e sem lamechices, para compreender o mundo de Hunt e dos da sua espécie em contraste com o “nosso”.

Pontos Altos: O ritmo, a montagem “irrequieta”, os actores e as personagens, os locais em que se desenrola a acção, a banda sonora, enfim tudo!

Veredicto: O primeiro grande filme de acção do ano, superando os anteriores da trilogia, agarrando o melhor do primeiro – o trabalho em equipa, gadgests, etc, o que fazia o sucesso da série – trocando o estilo gasto da segunda parte (a realizada por Woo. Desta vez não me recordo de ver pombas a esvoaçar) pela acção e intriga imparável característica de J.J. Abrams.

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