Star Wars: Episode I - The Phantom Menace (1999)

Há muito tempo, numa galáxia muito, muito distante...
Mais especificamente em 19 de Maio de 1999, e numa galáxia no outro lado do Atlântico que a Guerra das Estrelas (Star Wars) voltou ao grande écran com "Star Wars: Episode I - The Phantom Menace". Este primeiro capítulo (cronologicamente o primeiro, mas o quarto a ser produzido) ou episódio, foi um fenómeno global, antecipado e presente em todo o tipo de mídias e produtos. No blog da Enciclopédia de Cromos eu  já tinha abordado as minhas cassetes VHS da Guerra das Estrelas, (entretanto já adquiri bastantes mais acima do limite razoável), a Colecção de Cromos Pepsi e o site oficial da época. Espero ainda fazer um cromo dedicado à fabulosa banda sonora, mas mais sobre isso abaixo. Em Portugal estreou em 1 de Outubro de 1999 - segundo o IMBD - com o título "Star Wars: Episódio I - A Ameaça Fantasma" que substitui o velhinho "A Guerra das Estrelas" pelo inglês "Star Wars" como forma de homogeneizar a marca a nível global.
Fonte: The Making of Episode I The Phantom Menace (1999)

Os fãs estavam à mingua de Star Wars nos cinemas desde 1983 (Episódio VI: O Regresso de Jedi), um fome que não era morta mas multiplicada pelos imensos desenvolvimentos no Universo Expandido (agora Lendas, desde a compra pela Disney) em livros, banda desenhada, jogos, etc e todo o tipo de merchandising possível e imaginário. [Li há tempo sobre um artigo de 1977 que despertou a ira de George Lucas, e como ele proibiu a continuação da fabricação dos baratuchos "cintos de utilidades" que pouco tinham a ver com os acessórios mostrado nos filme. Mas o dólar - ou milhões de dólares - falam mais alto e ainda hoje é possível encontrar a marca Star Wars associada a todo o tipo de produto, de qualidade mais ou menos duvidosa.] Como dizia, sentia-se que era o filme mais aguardado que o segundo regresso de Jesus CristoLembro-me bem de toda a excitação em antecipação da estreia. Reportagens na TV, nos jornais e revistas, as quais gravei em cassetes VHS e guardei recortes. A Internet...bem na altura ainda não tinha acesso a ela como hoje.
Como qualquer produção famosa que se preze, a mera existência desta continuação - que foi o primeiro capitulo da trilogia para contar como se chegou na trilogia original - despertou a ira dos supostos verdadeiros fãs. Actores perseguidos e humilhados, caíram na depressão e até em pensamentos suicidas. Algo que desde a multiplicação do acesso à Internet e da aceitação da cultura geek só piorou para todo o tipo de filmes, séries, banda desenhada, etc.
No ano que estreou o "Regresso de Jedi" eu tinha apenas 4 anos, mas na altura em que os cinemas nacionais exibiram as Edições Especiais não assisti a nenhum, infelizmente. Não me lembro, mas talvez simplesmente não tenham passado na pequena sala local. Portanto, o Episódio I foi a primeira vez que vi um filme da Guerra das Estrelas no grande écran. Nos meses que antecederam devorava e coleccionava todo e qualquer artigo de jornais, revistas - até alemãs - relacionado com o tema. Vi e revi até gastar a cassete onde gravei - creio que do TOP+ - o videoclip (que dobra como making-of) do fabuloso e operático tema principal: "Duel Of The Fates". Confesso sem vergonha que ainda circula por todos os meus leitores de Mp3.

Boatos e noticiários davam contam de imensos espectadores que compram bilhetes para os filmes que tinham sido seleccionados para passar antes o primeiro trailer do Episódio 1, e que depois de visto, imediatamente abandonaram a sala sem ver o filme. Creio que o vi pela primeira vez no noticiário. Graças à Internet não precisam de comprar bilhete para assistir:

E falando nisso, em 1998, a Internet já permitiu a mais de 10 milhões assistir a esse trailer, estabelecendo um recorde. Recorde batido pelo trailer seguinte:

O criador do universo "Star Wars", George Lucas, várias vezes declarou que o primeiro "Star Wars" - que mais tarde ganhou os subtítulos "Episode IV: A New Hope" ("Episódio 4: Uma Nova Esperança") - era apenas uma parte da história da saga "planeada" para 9 filmes.

Fonte: The Making of Episode I The Phantom Menace (1999)
E apesar do sucesso das continuações nos Episódios V e VI creio que muito poucos seres humanos teriam certeza que veriam novos Star Wars no grande ecrã, muito menos que a segunda trilogia fosse uma prequela da trilogia original. Depois dos trailers, que não entregaram muitos detalhes, a reacções foram geralmente positivas. Belos designs, acção épica e um título ao estilo dos serials e pulps do antigamente que estiveram na origem da saga. Depois da estreia o resultado desiludiu muita gente. Um plot mais complexo, que conjuga ao mesmo tempo elementos políticos e mais subtis, com elementos mais infantis e escatológicos, além de várias referências aos filmes futuros. O universalmente odiado Jar Jar Binks cumpre a sua função de comic relief, e é um triunfo da tecnologia da altura, e até de racista a personagem foi acusada, devido ao seu sotaque. Foi visível que deslumbrado pelas possibilidades do digital, Lucas começou a trocar os efeitos práticos por green screen, e pessoalmente, apesar de lamentar o progressivo uso dos computadores em detrimento de efeitos práticos que poderiam funcionar melhor, considero injustas as acusações que os efeitos digitais eram frios. Neste capítulo, houve um grande esforço em conjugar o melhor dos dois mundos, analógico e digital, e mesmo através das animações CGI sente-se a artesania de uma grande casa de efeitos como é a ILM. A nível de design e estilo, se a imagem de marca da trilogia original era o "espaço usado" (o oposto de Star Trek e Espaço 1999 por exemplo) nesta nova trilogia optou-se por mostrar novos planetas, localizações e tipos de naves mais polidos de "tempos mais civilizados" antes da queda dos Jedi e da decadência corrupta do Império. Obviamente que as zonas mais pobres e corruptas já existiam - e foram desenvolvidas nas séries animadas como "Clone Wars" - mas nesta nova trilogia o público foi apresentado a locais e situações quase impossíveis de recriar com os efeitos dos anos 70 e 80. E muito importante, até as lutas de lightsabers foram coreografadas de formas mais dinâmicas, num constraste com a trilogia original onde as lutas eram mais decalcadas dos samurais adorados por Lucas, e protagonizadas por velhos, aleijados e jovens sem treino formal. Na época do Episódio 1 a organização dos Jedi, embora já em decadência, ainda era forte e com muitos membros pela galáxia. E de bónus, regressam - além do jovem Obi-Wan - os dróides favoritos dos fãs: C-3PO e R2-D2.
Sinopse:
Décadas antes dos eventos de "A Nova Esperança", somos reapresentados a Obi-Wan Kenobi (Ewan McGregor), nesta época ainda um jovem aprendiz, e o seu Mestre, Qui-Gon Jinn (Liam Neeson). São os enviados Jedi para tentar resolver uma disputa comercial no pacífico planeta Naboo, que está a ser bloqueado pela Federação do Comércio, portanto logo de chapa levamos com política galáctica. A hospitalidade da Federação depressa se revela enganadora e ambos Jedi conseguem escapar para a superfície do planeta a bordo de uma das naves invasoras.

Fonte: The Making of Episode I The Phantom Menace (1999)
No terreno são auxiliados por uma das criaturas mais desastradas e irritantes do cinema, o mestre do slapstick Jar Jar Binks (Ahmed Best), que Qui-gon salvou do exército robótico a caminho da capital de Naboo. Há tempos afirmei a um camarada cinéfilo que se fechar os olhos e tapar os ouvidos cada vez que surge no écran Jar Jar Binks o Episódio I vê-se bem. Entretanto revi o filme mais algumas vezes e já estou bem mais tolerante com esse personagem, que bem visto foi uma marco tecnológico e artístico na história do cinema. As minhas desculpas à alma e fisicalidade do personagem, o actor Ahmed Best.

Fonte: The Making of Episode I The Phantom Menace (1999)

Depois de uma rápida passagem pelo reino subaquático dos compatriotas de Jar Jar, os Jedi conseguem resgatar a Rainha Amidala e a sua entourage de que se destaca uma jovem aia, Padmé (Natalie Portman). Obrigados a parar em Tatooine para reparar a nave, localizam as peças numa sucata onde travam amizade com o jovem escravo Anakin Skywalker (Jake Lloyd), o futuro Darth Vader. O Mestre Jedi rapidamente percebe o poder de Anakin na manipulação da Força e faz uma aposta com o dono deste para o libertar. Anakin vence a corrida de podracers (a reencarnação espacial das quadrigas de "Ben-Hur") e Qui-Gon a aposta.

Fonte: The Making of Episode I The Phantom Menace (1999)

Fonte: The Making of Episode I The Phantom Menace (1999)

De regresso à nave são atacados por um misterioso inimigo, Darth Maul (Ray Park). Conseguem escapar para a capital da República, o impressionante planeta-cidade Coruscant. Anakin é apresentado ao Conselho Jedi que pressente o perigo, e proíbe Qui-Gon de lhe ensinar os caminhos da Força. Também frustrada fica a Rainha Amídala que vê o Senado ignorar os pedidos de ajuda ao seu planeta, e resolve regressar a Naboo, acompanhada por Obi-Wan e Qui-Gon para lhe garantirem a segurança e descobrir mais sobre o Sith que os atacou. Com a ajuda de Jar Jar, os Gungan unem forças com os combatentes de Amídala e graças à intervenção de Anakin aos comandos de uma nave, conseguem vencer o exército de robots da Federação de Comércio. E apesar de o filme acabar em festa, nem tudo termina bem: Darth Maul consegue mata Qui-Gon em duelo de lightsabers. E apesar de Obi-Wan vingar o seu Mestre, e de o Conselho Jedi o promover a Cavaleiro, o espectador sabe que o seu novo aprendiz Anakin e a sombra do futuro Imperador mancham a celebração final...Mas isso, é outra história...
Fonte: The Making of Episode I The Phantom Menace (1999)

Fonte: The Making of Episode I The Phantom Menace (1999)
Fonte: The Making of Episode I The Phantom Menace (1999)

Fonte: The Making of Episode I The Phantom Menace (1999)

Fonte: The Making of Episode I The Phantom Menace (1999)

Fonte: The Making of Episode I The Phantom Menace (1999)

Foi um evento global, e apesar de não ser de bom tom admitir tal em público, o "Episódio I" é dos meus favoritos da saga e abriu a porta a todos os filmes, séries e etc que se seguiram. 

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