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O convidado de hoje é Daniel Louro, do podcast VHS e homem dos sete instrumentos no audiovisual nacional (IMDB). Sem mais delongas, vamos descobrir qual é o filme da sua vida:

O Filme da Minha Vida
Por Daniel Louro


Estávamos no fim do verão de 93, as aulas para começar, e um certo filme com dinossauros enchia os bolsos da Universal e batia todos os recordes de bilheteira. Eu ainda não o tinha ido ver, mas o passa a palavra tratava de me encher a curiosidade com “o filme mais espectacular de sempre”. Lá o acabei por ir a Aveiro com os pais e assisti-lo no agora extinto cinema do Oita. Só tinha 1 ou 2 títulos por semana. Era a época em que os filmes que viamos contavam para alguma coisa e serviam de assunto na escola durante dias a fio. E éramos felizes sem internet e sem um disco rígido com 300 filmes para ver no fim-de-semana. Parque Jurássico não mudou a minha vida, mas comprovou-me como nunca antes que o cinema é mesmo um lugar à parte. Nunca fui fanático por dinossauros, mas a construção imponente em celulóide de um sítio onde eles puderam viver durante 2 horas foi algo impressionante. Foi um marco no que toca ao CGI; pela primeira vez criou-se bichos de “carne e osso” em computador o suficientemente realista para sustentar uma mega produção e o resultado ainda hoje subsiste. De repente, não havia fronteiras para o que se podia pôr no ecrã. Passaram-se uns 10 anos quando encontrei o romance original de Michael Crichton. Era o livro mais grosso que já tinha comprado e lido até ao fim. Agora mais homenzinho, pude apreciar a densidade de outras questões como a responsabilidade do uso da ciência ou da ilusão do Homem em poder controlar a natureza. O filme apenas arranha a superfície destes assuntos, mas também não era preciso mais. Devo tê-lo visto para cima de 50 vezes, até hoje. A última foi mesmo na estreia do IMAX em Lisboa o ano passado. Fui com um amigo que (pasmem-se) nunca o tinha visto. Não partilhou o mesmo entusiasmo que eu, mas a opinião positiva fez-me acreditar que o filme está muito longe de ficar datado. Sorvi cada pedaço como se fosse a 1ª vez. Estamos a mais de 20 anos desse verão de 93 e o filme aguenta-se tal e qual a sua estreia. Mais crucial ainda: os efeitos visuais envergonham filmes com meia dúzia de anos, feitos com o dobro do orçamento e o quíntuplo da potência digital. Parque Jurássico é um acaso na mestria de saber contar uma história, revelar as surpresas tirando o véu devagarinho, espantar o espectador e, admitamos, fazer criaturas pré-histórias umas bestas do caraças. No bom sentido! 



Muito obrigado ao Daniel por ter aceite o convite para participar nesta iniciativa. E vê-se que é um homem de bom gosto, visto que o Jurassic Park também é o filme da minha vida.
Podem saber mais sobre a carreira do nosso convidado em:

http://cine31.blogspot.com/search/label/filme%20da%20minha%20vida


Leia também os textos dos outros convidados para a rúbrica: "O Filme Da Minha Vida".

Se o caro leitor quiser participar - de preferência se não tiver um blog ou site próprio, mas livre a todos os leitores - tem apenas que nos contactar e enviar os textos para o e-mail cine31@gmail.com.

NOTA: Se estranharam o poster que ilustra o topo do artigo, é porque é uma pintura digital que fiz há um par de anos. Podem ver versão maior aqui: "Deviantart - prometheus31".

2 comentários até agora:.

  1. JB says:

    pronto... também o filme da minha vida... e vi-o mais de 50 vezes... ahah... apenas 3 no cinema: uma em 93 e duas na recente reposiçao em 3D..

  2. Tenho uma pena tão grande que não o consegui ver em 3D :(

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