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Desde que me conheço, sempre admirei o espaço. Na vertente cientifica e  na vertente sci-fi. Alimentei o vicio com toneladas de livros, documentários, filmes e séries com ETs, naves e tudo o mais. Portanto, sempre tive vontade de ir ao espaço, quando era puto quis ser bombeiro, arquitecto ou astronauta. Mas. Mas, sou um medricas, tenho vertigens de pé numa cadeira, quanto mais sentar-me numa cápsula montada num enorme depósito de combustivel em chamas em direcção ao espaço sideral. Prefiro a segurança da superficie do planeta. Mas continuo a ver fascinado tudo o que é relacionado. Portanto não podia faltar a este filme, que ainda por cima já vinha com um invulgar hype e boca a boca positivo. E, coisa rara, comecei o rascunho logo durante o intervalo da sessão.
A sinopse é simples: um pequeno grupo de astronautas em reparações no exterior é surpreendido por uma torrente de destroços espaciais que lança o caos e morte. Os sobreviventes à primeira onda de destruição vão embarcar numa corrida contra o tempo para alcançarem um lugar seguro.
É uma história contida, uma fatia da vida de uma mulher em luto, sozinha e que dispensa os flashbacks ou os habituais cortes para reacções em terra firme. Aqui não há assistentes a correr para acordar pessoas importantes a meio da noite, nem salas de controlo com dezenas de especialistas, ou o frenezim mórbido dos media. Apenas uma mulher e um homem, sozinhos no espaço, a  lutar pela sobrevivência. E no que se propõe, entrega sem desiludir.
No fim de contas, só lamento que os trailers fossem tão extensos - como impressionantes -  porque retiraram um pouco do factor surpresa. Tecnicamente falando, é uma pérola, com abundância de space porn (não é o que estão a pensar, podem pesquisar á vontade no Google). Um grande problema dos filmes ambientados no espaço é que esquecem os momentos de contemplação, mas aqui temos tempo para saborear a paisagem, constatar a imensidão do Universo, sem perder a tensão por um segundo.
Felizmente o 3D vale a pena, não me canso de recomendar, a experiência é bem mais imersiva assim. O espectador é confrontado com noções que contrariam o nosso senso comum, como a movimentação de corpos humanos e objectos em microgravidade ou no vácuo sem fricção.

A sequência da entrada na escotilha e desencarceramento do traje espacial, recordou-me imediatamente a cena inicial de Barbarella, apesar de ser a sua antítese, com o sexy substituido pela adrenalina e sofreguidão de sobreviver ao impossivel, um renascimento da personagem sugerido - pouco subtilmente - pela posição fetal.


Geralmente passo ao lado dos comentários dos extasiados que gritam "a ciência está errada" (é um filme, não um documentário, idiotas!), mas por causa do tema espacial, li a opinião de um astrofísico, que deve saber do que fala (vejam aqui) e como suspeitava, a maioria das inexactidões são concessões artísticas, dramáticas ou de ritmo. E tal como o astrofisico, o que mais me impressionou durante o filme foi a péssima preparação da personagem da Bullock, e a própria presença dela no espaço, totalmente desnecessária. Mas, ai está, ajuda a criar drama.

Em suma, um magnifica experiência sensorial e emocional, que não me canso de recomendar.

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2 comentários até agora:.

  1. Sarah says:

    Boa crítica! Não tenho dúvidas que vai ser o filme a ganhar todas as categorias técnicas nos Óscares, e também a de Melhor Realizador. É um visionário, sem dúvida...
    Em relação aos actores, acho que foram mal escolhidos sinceramente.

    Sarah
    http://depoisdocinema.blogspot.pt

  2. Olá Sarah, obrigado :)
    Continuo a não gostar da Sandra Bullock, achei que a actuação dela aqui tem sido muito sobrevalorizada.

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