Fiquei a saber do 50/50 através da visita de Seth Rogen ao Conan O'Brien. Fiquei também a saber que o Seth Rogen é muito mais porreiro na vida real ainda que tenha um riso irritante. 50/50 é uma homenagem ao argumentista Will Reiser que a meados dos seus 20 anos viu-se diagnosticado com cancro. Seth Rogen foi um dos amigos que o acompanhou na dura batalha e acabou por lhe sugerir que escrevesse um guião inspirado na sua própria história. Embora muitas cenas sejam criadas originalmente para o filme, existem cenas parecidas e outras até exactas a momentos vividos pelo Will Reiser e Seth Rogen. E já que estou com a mão...no teclado, aproveito agora para dizer que até este filme eu não gostava muito do Seth mas aqui conseguiu surpreender-me. A ver se fazes mais disto!
"Consegui uma audição para o The Fanboy Rises. Acho que querem que eu faça de Bane!" |
A ideia deste filme é falar sobre as dificuldades de se aprender a viver com o cancro, neste caso através da perspectiva um jovem de 27 anos. A melhor cura para tudo, mesmo que temporária ou instável, é a comédia e boa disposição contra todas as hipóteses da vida. Uma das cenas mais icónicas desde filme é quando o Adam (Joseph Gordon-Levitt) rapa o cabelo devido à quimioterapia. Tal como na vida real, é sempre um momento muito forte para a vida de uma pessoa e os filmes costumam aproveitar isso para fazerem cenas marcantes, como a cena da Evey em V for Vendetta. Aqui, no entanto, a cena é feita com humor encarado pelas duas personagens conseguindo momentos engraçados especialmente se tivermos em conta que a cena foi improvisada (nem estava no guião). Há quem diga que a relação drama/comédia do filme é, ironicamente, de 50/50 e era o que eu esperava ao entrar no cinema mas na minha opinião acabou por ser mais 65% drama e 35% comédia.
"E depois vou chegar lá e dizer assim: THE FIRE RISES!" |
O que resulta no filme, chegando a ser o mais surpreendente além da interpretação do JGL, é o facto de não cair na rasteira de se esforçar e nos enfiar pela garganta abaixo aquilo que temos de sentir. Tal é conseguido por ter momentos engraçados e dramáticos de forma genuína vindo tudo das conversas do dia a dia, em torno ou não da situação do Adam. Não é preciso mais. Até a sub-história de amor inserida ao longo de todo o filme (nunca tomando as rédeas, o filme continua a ser sobre a personagem e não sobre a relação amorosa) tem um desenvolvimento natural e, portanto, credível. Isto não é o Titanic em que temos de nos despachar para namorar antes que morra tudo. Ou antes que eu perca a vontade.
"Família... eu não consegui o papel de Bane. Pai, se achas isso mau espera até te contar quem eu vou fazer..." |
Existe uma boa dose de humor algo adolescente em volta de sexo mas não acho que seja completamente dispensável pois a vida sexual de Adam tem alguma importância visto que a doença também lhe traz complicações como impotência, o que para uma idade como esta é como ser alérgico a chocolate assim do nada.
Há várias cenas que merecem destaque, particularmente na última parte do filme que pode apanhar qualquer um desprevenido. Pessoalmente, acho que só não chorei porque estava demasiado feliz com a minha companhia ao lado, porque se não era já ali sem medos! Ainda assim, mesmo tendo visto o filme mais de 5 vezes (porque sou fã e por motivos de trabalho), a cena apanha-me sempre.
Além da banda-sonora impecável, destaco o elenco onde temos uma mãe interpretada por Anjelica Huston que está perfeita! Tão bem escrita e tão bem representada! Acho que estão lá todas as mães numa só. Quero também mandar um beijinho para a Anna Kendrick que para os que são cépticos em relação a ela, dêem-lhe uma chance com este filme. Quem me dera que a personagem dela fosse minha amiga.
Não tenho nenhuma piada para esta imagem. Só tenho mesmo a dizer que um dia ela será minha! |
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by bruno,
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Seth Rogen
É um belo filme que retrata com realismo um tema pesado, sem apelar para o melodrama.
Abraço