TRAILER
Então isto começou assim: Eu vi as primeiras imagens do Depp como o vampiro Barnabas Collins e fiquei bastante confuso com o que era aquilo mas poucos minutos depois disse: "hmm, sim, eu quero ver isto!" Entretanto saiu o trailer do filme e confesso que fui dos que espetou forquilhas à produção dizendo mesmo: "hmm, não, eu não quero ver isto!". As críticas ao filme que apareciam pela net foram também bastante severas. Portanto eu não podia estar mais desinteressado no filme. Nisto arranjaram-me o convite para a antestreia e mesmo não tendo nenhuma expectativa positiva pelo filme decidi ir pensando: "Meh, é um filme do Burton e do Depp, tem que ter os seus momentos". Além disso, era de borla.
Pois bem, o resultado é esta crítica que vos deixo aqui que há-de estar no Top 50 de críticas mais amigas ao filme. Eu detesto completamente usar o termo guilty pleasure mas este filme é essa coisa. Comecemos, primeiro, pelo pior do filme: a história.
Barnabas Collins é um nobre que foi terrivelmente amaldiçoado por uma bruxa que matou a sua amada e ainda o transformou num vampiro surpreendentemente mais branco do que o Edward. Como isso não é malévolo o suficiente, o raio da bruxa encarcerou-o num caixão para toda a eternidade... ou pelo menos até 196 anos depois, sendo este descoberto por uns operários que estavam a escavar para construírem não sei o quê. Se estiveram a construir aquilo que me pareceu no filme, não posso contar para não estragar uma das piadas mais engraçadas. Voltando ao assunto, Barnabas encontra-se agora nos anos 70 sem entender o mundo que o rodeia e procurando vingança, de preferência de forma violenta mas porreira.
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Sensivelmente, esta é a premissa do filme, ou pelo menos é a inicial. E pareceu-me fantástica! Certo, já vi pelo menos 34 filmes com a mesma ideia mas nenhum em que o Johnny Depp é um vampiro sedento por sangue! Acontece que o problema da história de Dark Shadows é que apresenta o que parece ser milhões de coisas e só explora umas duas ou três dessas coisas. "Aqui está uma personagem esquisita, óptimo! Ah espera, a personagem vai desaparecer não servindo para nada à história. Vamos nos unir para resolvermos esta situação! Que se dane, vamos ignorar por completo e resolver antes outra situação que iremos também abandonar a meio para outra e por aí fora..." Ora, quando tanto é apresentado e pouco é resolvido, nada parece importar e com isso a atenção do espectador é degenerada. Além disso, os 30 minutos finais são bastante medíocres com a excepção talvez do final que mesmo mantendo-se ao mesmo nível desinteressante da história, pelo menos faz sentido e apesar de esperado é satisfatório.
Naturalmente, uma história fraca é bastante grave para o filme e de facto diria que é uma forte machadada ao Dark Shadows. Mas, na minha opinião de gajo sem jeito para falar com mulheres, nem tudo é mau!
Cerca de 99% das personagens (tirando uma e considerando que muitas acabam por ser inúteis) são divertidas e interessantes, ao estilo do Tim Burton ainda que mesmo assim não sejam tão arrojadas como de costume. Embora contribuam entre pouco a nada para o clímax final, proporcionam vários momentos de interacção engraçados e alguns mesmo hilariantes com a personagem do Depp, particularmente a vilã com quem este tem momentos... diferentes...
Falando então da personagem do nosso velho conhecido Johnny, é o melhor do filme. É desajeitado como o Eduardo Mãos-de-Tesoura mas violento como o Sweeney Todd embora aqui seja mais por necessidade do que, digamos, cegueira. A maior parte das piadas vêm da ideia mais que batida da personagem que vem do passado e não sabe interagir com o mundo desconhecido mas para o crédito do filme são momentos genuínos e sem grandes exageros forçados. E à semelhança de Thor no filme... Thor... é uma personagem que aprende depressa como o mundo diferente funciona... ou a sua maior parte, claro.
Como seria de esperar de um filme do Tim Burton, as caracterizações são fenomenais com especial atenção para a personagem do Depp de quem não consegui tirar os olhos... por mais questões que essa frase levante... Destaco ainda que é um filme com cenários fantásticos, alguns ao inicio até me fizeram o queixo cair e é rico em cores absolutamente magníficas, não esquecendo ainda a banda-sonora obrigatória de Danny Elfman que é a manteiga de amendoim nesta sandes! Espero que gostem de manteiga de amendoim se não esta frase não resultou muito bem.
Muito honestamente, não me parece que alguém vá considerar este um dos melhores trabalhos do Tim Burton. Mas na minha opinião, se adoram ver o Johnny Depp a actuar devem gostar de ver este filme mas é praticamente só isso que o suporta, a possibilidade de se decepcionarem é grande ainda que, como eu, possam gostar no meio de tantos problemas. No meu caso, eu não esperava mesmo nada de bom do filme e surpreendeu-me mas infelizmente não o suficiente. Diria até que está talvez ao nível do Alice in Wonderland e Charlie and the Chocolat Factory em que não estão perto do melhor que o Burton fez mas que são filmes que vão melhorando com o tempo. Decepcionou-me, sim, mas apreciei a actuação do Johnny Depp, o visual do filme e as referências ao Drácula do Bela Lugosi e do Christopher Lee, sendo eu um grande fã dos dois.
Já agora, acreditam que este é o primeiro filme do Tim Burton que eu vejo no cinema? Fiz a mesma cara desta imagem ao aperceber-me disso! |
Penso que vale a pena arriscarem. Mas se ainda não viram o filme destes dois chamado Ed Wood, por favor, vejam! Não posso publicitar esse filme o suficiente!!!
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by bruno,
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só pelo facto de gostares de Thor, a tua critica é irrelevante...
Onde é que eu digo que gosto do Thor?
Além disso qualquer critica é irrelevante pois não são factos mas sim meras opiniões.
irrelevantes são os "valentes" anónimos
vou ali limpar o Mjölnir, volto já ;)
Eh pá, um anónimo! Já há tempo que não tínhamos trolls aqui! Blog que é blog tem que ter trolls, mesmo daqueles que não lêem o texto com atenção.