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Como gosto desta sensação de chegar ao fim de um filme e ter a cabeça a ser bombardeada por perguntas. Aliás a narrativa do filme é tão bem feita que ao longo do filme os "porquês", os "como", os "mas" e os "se's" estão sempre presentes. 



É um thriller fabuloso. Elizabeth Olsen é incrível e consegue mergulhar no mundo criado pelo realizador e guionista - Sean Durkin de forma espontânea, intensa e sobretudo emocional. Os cenários e a narrativa alteram entre um passado complicado e próximo e um presente tortuoso. Uma adolescente que foge de casa e que se vê envolvida numa espécie de seita ou comunidade, em que além da óbvia discriminação sexual, dos trabalhos no campo e da aparente anarquia perfeita, vive abusos sexuais e tudo é controlado por um líder abusivo. O medo, os assaltos a que é obrigada a participar e a iniciação de outras jovens aos rituais comuns levam a protagonista - Martha ou Marcy (a mesma pessoa) a fugir. 
Procura a irmã, procura uma fuga... mas a instabilidade psicológica, a ausencia de valores sociais e a incapacidade de comportamentos normais, acabam por tornar a jovem cheia de medos, paranóias e no limbo da insanidade mental. 




Ao longo do filme, os constantes flashbacks justificam a incapacidade mental de Martha, mas nunca nos deixam ter certezas absolutas. Será que aconteceu mesmo? Será que a adolescente viveu aquilo? Ou tudo não passará de truques e esquizofrenias da mente da jovem. No fim, o realizador faz um alerta ao perigo destas comunidades e seitas religiosas (ou não) que cada vez mais existem pelo mundo fora. O contexto social e financeiro que o mundo vive é propicio a estas ocas causas e utópicas filosofias de vida. Mas Sean Durkin consegue um filme perturbador e inteligente. Criamos uma empatia com a personagem principal - apetece-nos salva-la, mas ao mesmo tempo apetece-nos abana-la para a realidade da vida e sobretudo para receber de braços abertos, aquilo que a vida com a irmã e cunhado lhe pode oferecer. E no fim a dúvida assombra-nos: Martha corre realmente perigo de vida? Ou é tudo fruto da sua mente perturbada e alvo de abusos físicos e psíquicos?

Duas notas finais: Sean Durkin promete muito e a irmã mais nova das gémeas Olsen, Elizabeth também me parece que tem futuro. 



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One Response so far.

  1. a melhor sensação possível é sair do cinema com a cabeça a ser bombardeada por perguntas :)

    http://onarradorsubjectivo.blogspot.com/

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