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"My parents got married in 1955, they had a child and they stayed married for 44 years, until my mother died. Six months later my father told me he was gay. I remember him wearing a purple sweater when he told me this, but actually he wore a robe. He was gay the whole time they were married."
Inícios, fins. Vida, morte. Homens, mulheres. Alegria, tristeza. Encobrir, assumir. Encontramos tudo isto neste filme de O objecto principal deste filme de Mike Mills é sem dúvida alguma - o amor. Pode ser resumido à quote que escolhi no inicio do post. Um pai (Christopher Plummer) que conta ao filho (Ewan McGregor) que é gay e um filho que além das tendências sexuais do pai, descobre que o mesmo tem uma doença terminal. O filho tudo faz para que o pai viva os últimos dias da sua vida da melhor forma possível, sendo mergulhado numa profunda tristeza e solidão quando o pai morre. Na fase mais complicada encontra Anna, uma jovem actriz francesa - interpretada por Mélanie Laurent, por quem se apaixona, mas ambos deparam-se com alguns problemas sentimentais, não só pela distancia, mas sobretudo pela ausência de modelos ou de habituação a demonstrações de afecto.
Não é de todo uma comédia, é um retrato sobre aparências, sobre a doença, sobre a solidão, e sobretudo sobre a indefinição do que é o amor, de como expressa-lo e sobretudo de como o sentir. Por vezes a narrativa é demasiadamente lenta, mas ao mesmo tempo esta lentidão é totalmente justificada pelos temas delicados que aborda. É verdadeiro. Christopher Plummer é um senhor, Laurent é delicada e McGregor competente, e o cão é um detalhe incrivelmente fabuloso.
Uma chamada de atenção especial para o incrível sentido estético de Mike Mills personificado nos desenhos que Oliver Fields (Ewan McGregor) faz ao longo filme, nos grafittis e nas imagens fotografias que dividem a narrativa e fazem o enquadramento cronológico ao longo do filme.