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Nota: contém spoilers

Como é complicado escrever sobre algo que se gostou tanto.
Blue Valentine estava na lista dos "a ver" há muito, mas só nas férias consegui ver... e como estava em falta.

Derek Cianfrance teve a genial sorte de iniciar a carreira com um filme que gera na maioria dos espectadores - semelhança, empatia, identificação. É bom perceber que em pleno século XXI, a abordagem amor/ desamor continua a ter um lugar no cinema e que a forma de o abordar é quase inesgotável.
O filme mostra que o amor não é suficiente. O amor não vence o “factor tempo”, a rotina, a apatia. Não chega sexo, não chegam os filhos, não chega uma casa, não chega o emprego estável – nada salva aquilo que tem a morte anunciada.
A fantástica história de Cianfrance tem como personagens principais Dean (Ryan Gosling) e Cindy ( Michele William) – um casal igual a tantos outros, mas que neste filme está em plena crise matrimonial. Dean, mais do que Cindy tenta encontrar uma solução, a salvação da relação. E na tentativa desesperada de estabilizar o que têm, resolve promover uma noite romântica – longe de tudo e de todos, num cenário que tinha grandes possibilidades de unir física e intimamente o casal. Não resultou – piorou.


Talvez o que torna o filme tão intenso e ao mesmo tempo quase cruel – são os diálogos intensos entre o casal, bem como a recorrente utilização de flashbacks, em que a narrativa navega entre o passado e o presente, sendo que no passado assistimos a uma história de amor e no presente somos presenteados com um anunciado fim.
Aqueles que já viveram relações longas, percebem a honestidade da história por detrás de Blue Valentine. O amor acontece, o amor acaba. Não é possível evitar o fim, mas pode ser evitado um fim  doloroso.
O filme é incrivelmente bonito. É uma viagem ao desgosto, ao amor e a promessas que se pretendiam eternas. Adorei cada detalhe, cada palavra, cada suspiro.
P.S. - a banda sonora é perfeita



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One Response so far.

  1. Vou servir-me dum comentário que fiz algures, pois se aplica bem aqui.
    Para mim, o Blue Valentine funciona, isso sim, como um tremendo ensaio sobre, o que pode fazer com que uma relação não dure e se aguente. O filme contribui com uma perspectiva invulgar sobre isso, onde até faz constantes paralelismos com o inicio e a recta final da relação em causa.

    O que mais gostei em todo o filme, foi a reflexão que faz/apresenta sobre porque aconteceu este amor/relação terminar. Está lá no filme, de forma inteligente, subtil e lógica, os momentos e as evidências que mostram o porquê.

    Obs.: sim é verdade e concordo com a frase: "Como é complicado escrever sobre algo que se gostou tanto." Eu nesse aspecto, com o meu blogue serei um eterno problema... por vezes nunca o cgeharei a escrever. É como se tivesse respeito pelo assunto em causa.

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