Análise:
A ideia por detrás da novela Jumper (1992, da autoria de Steven Gould) é apelativa e fácil para o leitor se identificar: David (interpretado na versão adulta por Hayden Christensen),um rapaz pouco popular descobre acidentalmente que possui a habilidade de se teleportar. Depois de uma "visita" nocturna ao cofre de um banco, torna-se independente e tenta sobreviver longe de um pai abusivo e alcoólico e tenta escapar ás autoridades, principalmente depois de iniciar uma perseguição a escala global aos assassinos da sua mãe. E claro, conquistar a rapariga dos seus sonhos. Era apenas uma questão de tempo para que algum estúdio decidisse adaptar a novela de sucesso (que entretanto já tem duas continuações: "Reflex" - de 2004 - que segue a vida de David em adulto; e "Jumper: Griffin's Story" - de 2007 - conta a história de Griffin o outro teleportador do filme.) para o cinema.
E a versão para o grande ecran depois de passar pelo filtro de Hollywood (nada de cenas de tentativa de violação ou de espancamento de menores), do desaparecimento da linha narrativa gerada pela morte violenta da mãe de David, e a completa mudança de estilo de personagens como os pais de David e Millie - a namorada-, e a inclusão de personagens inéditos nas novelas, apresenta-se formatado segundo os padrões norte-americanos para poder apresentar ao público grandes cenas de acção e efeitos especiais. E nesse departamento tem bastante sucesso.
Na versão filmada, rapidamente somos introduzidos á história básica de David: como descobriu a usar o poder para mudar a sua vida) e ao seu envolvimento com Millie e a perseguição implacável que os brutais Paladinos (o líder de campo é Roland, interpretado por Samuel L. Jackson) movem contra os Jumpers (teleportadores) desde tempos medievais. A esperança de David é que Griffin, outro jumper, o auxilie na corrida para salvar Millie das garras dos Paladinos (aparentemente um grupo de fanáticos com inspirações religiosas, como muitos no mundo real).
Analisando-o independentemente das novelas, posso dizer que é um filme entretido, com impressionantes efeitos visuais, ambientação e pouco mais. As piores cenas são aquelas em que personagens como as de David, Griffin e Roland têm que envolver os espectadores nas suas motivações. Uma boa surpresa foi a jovem actriz Rachel Bilson, que consegue criar empatia com o protagonista e com a audiência, pelo menos durante a maior parte da metragem.
O Melhor:
Os efeitos especiais e a ideia base.
O Pior:
O tratamento das personagens e dos actores foi o mais descurado nesta produção tipicamente hollywoodesca que com mais cuidado no argumento podia ter criado um estilo próprio que a distinguisse da enorme quantidade de filmes de acção que andam pelos nossos ecrans.
Veredicto:
Um filme divertido, cheio de acção e óptimos efeitos especiais. Recomendado especialmente a todos aqueles que um dia desejaram teleportar-se para outro sitio. E já agora leiam os livros.