"Os Abismos da Meia-Noite" podia ter o subtítulo "Aquele filme em que a Helena Isabel e o Rui Mendes aparecem em pelota". Mais coisas se passam no filme, mas pouco mais interessa ao público que ver duas estrelas nacionais nuas em cenários e situações surrealistas.
No século passado vi o filme - de título completo "Os Abismos da Meia-Noite ou as Fontes Mágicas de Gerénia" - na RTP 2, na altura em que foram emitidos outros do realizador como o "Emissários de Khalom" (que anseio por rever, pela temática de ficção cientifica, raríssima no cinema português). Vi o filme, mas pouco mais recordo que precisamente essa cena. Como mencionado acima, os protagonistas eram Helena Isabel e o Rui Mendes, este último ainda antes do sucesso "Duarte e Companhia", mas conhecido principalmente do teatro, da novela "Origens", "Retalhos da vida de um médico", por exemplo; e Helena Isabel também já era uma figura bem familiar no pequeno ecrã, em papéis em "Vila Faia", "O Tal Canal" e participações no Festival da Canção (1974 "Canção Solidao"; 1980 "Um Abraço, Mais Nada"; 1983 "E afinal, Quem és tu?" a melhor classificação e umas ombreiras épicas, e 1984 "(Já) Pode ser tarde" ).
O IMDB indica a estreia na data de 27 de Janeiro de 1984 (o primeiro filme português a estrear nesse ano, segundo o "Diário de Lisboa") na semana em que estrearam "Staying Alive" (a esquecida sequela de "Saturday Night Fever"), "48 Horas" ou "Feliz Natal Mr. Lawrence". O "Diário de Lisboa" desse dia adianta uma sinopse e um apelo à sua visualização:
"Realiza-o António Macedo sobre um argumento tecido em torno de uma história "fantástica": um casal que penetra através de uma porta mágica, que se abre uma vez por ano, nos confins de um castelo medieval. (...) uma produção cuidada e com algum fôlego comercial, Os abismos da meia-noite merece que se goste ou não mas não ser recebido com indiferença."
Logo no ínicio o espectador é confrontado com uma situação onírica, com elementos esotéricos e sexuais pouco subtis, para regressar ao mundo real e esses mesmo elementos voltarem a infiltrar-se as poucos na história. O "casal" da sinopse era Ricardo (Rui Mendes),um professor de história, conhecedor das lendas locais que auxilia Irene (Helena Isabel), uma agente de seguros a investigar a morte de um bibliotecário.
Olhando ao cartaz publicado no jornal, apesar da breve cena de nú frontal dos protagonistas, a película ganhou o selo "Maiores de 12 anos" ("A Lagoa Azul", em reposição na mesma época, era "não aconselhável a menores de 13 anos") e tentava os futuros espectadores com um sideboob de Helena Isabel:
Acho deliciosas as exclamações "Finalmente cinema na nossa língua", um reflexo do afastamento de décadas do público e das produções cinematográficas nacionais; e "Uma história fabulosa de amor e "suspense"!" E no rodapé, chama-se a atenção para o lançamento da banda sonora, algo raríssimo para filmes portugueses. Falando nisso, a "banda musical" esteve a cargo de António de Sousa Dias ("Os Emissários de Khalom", "Chá Forte com limão"), filho do realizador e que se estreava na área da música para cinema. A peculiar fotografia foi responsabilidade de Elso Roque ("O Anel Mágico", "Manhã Submersa"), com cenografia de António Casimiro.
O realizador António de Macedo, (que neste caso também escreveu e editou a longa metragem), parte do chamado "Novo Cinema Português", construiu uma carreira repleta de OVNIs cinematográficos, algumas polémicas e luta contra a censura, arriscando em géneros desprezados e evitados pelos colegas e crítica como se tivessem a peste. Segundo o que li em várias fontes online, "Os Abismos.." alcançou um assinalável sucesso comercial, considerando que é um filme nacional.
Investigando na imprensa da altura, uma entrevista na RTP-1 a António de Macedo no programa "Viva a Cultura", no dia da estreia:
"Na carreira de António de Macedo este filme é marcante. Pela primeira vez consegue harmonizar o pendor industrial que está subjacente a quase toda a sua obra e o seu universo filosófico pessoal, feito de referências orientalizantes mais ou menos esotéricas. Não sendo um excelente filme, é um trabalho tecnicamente muito cuidado onde todas as coisas funcionam sem nenhuma delas ser excepcional".
"Diário de Lisboa 03/02/1984"
Há algum tempo consegui uma cópia da película, mas não tive oportunidade de assistir. Entretanto, a recente disponibilização na íntegra no Youtube fez-me resgatar os velhos rascunhos e completar o cromo.
O filme completo no Youtube, cortesia do CinemaXunga:
Nuno Markl dedicou ao filme não um, mas dois cromos da "Cadeneta de Cromos", com criação da campanha "Vamos ajudar o Markl a ver o Abismos da Meia-Noite", com direito a jingle e tudo!
Como o CINE31 tem muitos (e muitas) fãs da Saga Twilight (Crespúsculo) fica aqui o link para fazer download da banda desenhada (em estilo manga japonês) que adapta a celebérrima história de Stephenie Meyer. Em inglês. NOTA: Actualizado com o Volume 2! Twilight: The Graphic Novel - Vol 1 e Vol 2: (Novos links:) Volume 1 e 2: Download no Torrent: "Twilight: The Graphic Novel - volumes 1 e 2" Volume 1: Donwload no 4Shared [CBR]: "Twilight : The GN - V1" Donwload no 4Shared [CBR]: "Twilight : The GN - V1" Donwload no 4Shared [CBR]: "Twilight : The GN - V1" Donwload no 4Shared [CBR]: "Twilight : The GN - V1" Volume 2: Download no Torrent: "Twilight: The Graphic Novel - volume 2" Depois de fazer download do ficheiro (com extensão .cbr) é necessário um programa para o ler. Um muito bom chama-se CDisplay e podem fazer o download aqui: CDISPLAY . Algumas das páginas: ...
Acabei de vir da sessão da tarde de “ Morangos Com Açúcar – O Filme ” e fica aqui a minha opinião sobre a longa-metragem que encerrou nove anos de uma série de sucesso. Não, não vim do cinema, ainda não recebi o ordenado. Mas, se não ter visto um filme não impede que artistas profissionais da crítica escrevam sobre ele para jornais e blogues, porque há-de impedir a mim? Um ponto fulcral para uma crítica honesta é comparar apenas o comparável * . Ora, vamos ver, como se aguenta “Morangos Com Açúcar – O Filme” frente a outros exemplares nacionais do género? Ah, pois… segundo o que apurei, é a primeira vez que uma série é adaptada ao cinema, e que um filme é direccionado a um público jovem (se excluirmos o “Uma Aventura”, num género diferente), aspectos já sobejamente explorados “lá fora”, onde também existe “variedade” de géneros, conceito um pouco alienígena no panorama nacional. O filme dos Morangos é o culminar de um inteligente plano de Marketing, que durante anos cons...
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