CINE 31

Conheço 0,1% do universo de Valerian  e Laureline. O que é estranho visto que sou aficionado a sci-fi desde pequeno e só tenho noção da existência da Valerian praticamente desde a altura que anunciaram que o filme ia ser feito. Provavelmente a Biblioteca Gulbenkien local não teria na colecção nenhum dos volumes. E no geral a BD europeia nunca me chamou a atenção, excluindo algum Asterix ou Lucky Luke. E falando em BD, a minha educação já foi tardia e directo para os comics americanos.

Acredito que alguma da boa vontade que tenho visto por parte dos fãs mais oldschool foi - talvez inconscientemente - para terem uma oportunidade poderem agir como fanboys, mas sem ser de uma franquia superpopular. Obviamente que não percebi as referências aos livros de BD, se existiram. É de louvar a falta de medo de ser ridículo e ir em modo total sci-fi, com um universo bizarro e criativo, apesar dos inevitáveis clichés do género que seriam de esperar em blockbusters de Hollywood, não fosse o facto deste filme ser francês. Mas havendo dinheiro suficiente para pagar ás melhores casas de efeitos, não há país de naturalidade que impeça o filme de Luc Besson ("O 5º Elemento", "Le Grand Bleu") de ter bom aspecto.

Tem algumas sequência interessantes, principalmente ao inicio, mas a partir do momento que os protagonistas aparecem no ecrã o interesse e a imprevisibilidade vai-se desvanecendo. O número do "vão ou não vão" é mais velho que o tempo que o Bruce Willis tinha cabelo. Apesar das inconsistências, quebras de ritmo, cenas e personagens irrelevantes (vocês sabem de que superstar musical estou a falar), protagonistas aborrecidos, o fio principal mantêm-se e globalmente a película vê-se bem. Vai ficar bem nas tardes de cinema da SIC.