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"Ghost In The Shell" ("Ghost in the Shell - Agente do Futuro" em Portugal, "A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell" no Brasil), a versão de imagem real do manga de 1989, segue a história da Mira Killian (Scarlett Johansson), a sobrevivente de um ataque de cyber-terroristas. Com o corpo destruído, o seu cérebro é colocado num corpo artificial. Mais tarde lidera uma equipa de elite de combate a ameaças terroristas, a mando da Secção 9. A acção da película decorre num Japão multi-cultural e decadente, num mundo em que boa parte da população tem implantes cibernéticos, por necessidade ou capricho. Nesse mundo diverso Major é tratada como uma humana, mas não consegue parar de interrogar sobre a sua vida anterior. E as questões só aumentam enquanto a Secção 9 dá caça ao mais perigoso hacker e cyber-terrorista de sempre: o "Puppet-Master". 


Vi o primeiro filme "Ghost In The Shell" no inicio do século XXI, numa época em que fiz binge de um grande número de animes conceituados. Creio que o hype era tão grande - depois de anos a ler em revistas e sites sobre as excelências, principalmente depois que saiu o "The Matrix" - que bebeu de GitS como de outras fontes. Felizmente, os anos encarregaram de apagar da minha memória quase tudo excepto aquelas cenas mais famosas. Portanto fui para a versão semi-americanizada, ainda sem conhecer o manga original. Na primeira metade pareceu-me mais directa ao assunto, adaptando muitas sequências mas com um contexto ligeiramente diferente. No anime (que revi entretanto - apenas o primeiro filme, nada de séries e continuações) sabe-se zero sobre o passado da Major, mas no live action deram-lhe fantasmas do passado e um segredo pessoal com ligação à big picture
Agradece-se o budget repartido mais para a fabulosa ambientação deste futuro diverso - que levou um upgrade de Blade Runner em esteróides - do que para cenas de acção bigger than life. Tem acção, mas nada que surpreenda quem já tem uns anos disto. Talvez esse aspecto - que comparado com blockbusters recentes parece um filme intimista - e a decisão de não apelar ao público alimentado a "Fast and The Furious" tenha resultado num box-office desapontante (no momento que escrevo). Agora imaginem se a protagonista fosse uma desconhecida  (para o resto do mundo) actriz japonesa. Sobre toda esta "polémica" sobre o whitewashing do elenco, isto é, a escolha de actores brancos para o papel de personagens fictícias que anteriormente foram retratadas como pertencentes a outra etnia; aparentemente nem toda a má publicidade é boa publicidade. Ironicamente, na minha opinião, os media que suportaram a campanha de ódio para conseguirem likes extra e apelar ao público mais extremista, acabaram por ajudar a sabotar o que estes grupos poderiam usar como mais uma arma de arremesso contra os maléficos homens brancos heterossexuais, apesar de ter sido criado por uma mulher... não posso explicar isto melhor sem dar spoilers...
Algumas horas depois fui rever o anime de 1995, e tive que ir aumentar a nota no Letterboxd. Apesar de abordarem o tema do "eu" com conceitos distintos, o anime é mais interessante do que o filme live action, ainda para mais tendo em conta a época em que foi lançado, quando a Internet, Inteligência Artificial e conceitos informáticos relacionados não eram ainda de conhecimento generalizado do público. No entanto, o filme encabeçado por Scarlett Johansson tem mérito, é um blockbuster sóbrio e com tempo para respirar, bons secundários, excelente cinematografia, uma banda sonora que refere a original. Apesar de alguns momentos que não funcionam bem, e de ser menos ambíguo, não é nenhum "Dragon Ball Evolution" como vem sendo vendido por ai.



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