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Desde pequeno que eu amo cinema. Vivi rodeado pelo meio e cresci a ver tudo o que era cassetes que apanhasse. Via o Os Deuses devem estar loucos, o Os Deuses devem estar loucos II: o Inimigo Agora é Outro, Heidi e Marco Ep.3 - A Morte do Avô das Cabras e Se tu visses o que eu vi Dominó, respectivamente. Eu era assim, um floquinho especial. E o meu patrão David viu isso em mim. Sabia que eu era diferente dos outros. Eu via algo no cinema que mais ninguém via. Eu tinha um bom olho para a coisa, como a minha irmã, segundo o que me disseram no café. E é essa a minha paixão que eu tento passar para vocês, meus fiéis. Mais do que escrever um texto, eu tento destorcer os meus sentimentos em forma de prosa. Uso todas as ferramentas deste escritório que é o CINE31 para criar todo um almanaque de reflexões sobre a arte que me toca.

Bem sei que ainda vamos em Agosto, mas de forma a provar o meu tempo, suor e lágrimas que furaram milhares de palavras dedicadas à minha paixão, eis uma lista com tudo o que já escrevi no blog neste ano 2016 pois sempre fui Homem de deixar que o meu trabalho falasse por mim:




Até Dezembro ainda falta.


Suicide Squad é mais um filme da Warner/DC que tem um enorme peso sobre os ombros. Assim como teve o Batman v Tá Ganho. E assim como teve o Man of Steel. E assim como terá a Rita Ferro Rodrigues. E a Liga dos Cavalheiros Embaraçados. Que ninguém diga que eles não sabem o que é trabalhar sobre pressão.

Existia hype para este Suicide Squad. Mas, convenhamos, nos tempos correntes quando é que não existe hype por um filme de super-heróis?


Eu disse "Filme"
Da minha parte, sou conhecido [internacionalmente] pela minha sexualidade pelo Batman. Mas se virem a minha página no IMDb irão descobrir que mais do que Batman, o meu fascinio está no Joker. Desde o inicio que gostei da escolha de Jared Leto para o papel e foi ele sozinho que carregou o meu interesse por este filme. O marketing teve os seus momentos altos, especialmente a nível de grafismo. A coisa tava lançada mais do que suficiente para justificar a minha ida ao cinema e mentir à minha mulher dizendo que atrasei-me com a compra das hortaliças para a sopa porque o Pingo Doce estava cheio com a malta que veio toda da praia. O segredo é trazer sempre algum takeaway, mais que não sejam uns panados de peru.

Sentei-me na sala com relativo entusiasmo e o filme começa. Tenho logo uns 'mixed feelings'. Nota-se a importância de vender o Will Smith logo ao inicio, tal como no marketing. É como tentar prender as pessoas que sairam imediatamente da sala ao descobrirem que o Les Miserables (2012) é um musical e não um filme bom. Estavam confiantes do filme, mas pelo sim pelo não vamos meter estrelas para vender isto, mesmo que a cabeça de cartaz passe o filme todo com cara de prisão de ventre. E após despacharmos o Will, vamos também atirar o Joker para o ecrã, que afinal foi para isso que viemos. Agora que já viram a peça dos piratas, podem voltar a nadar na piscina onde os miudos mijam mais do que nadam.

Por favor, que haja uma cena entre os créditos
A verdade é que Suicide Squad é um filme pouco acima do mediano. Tem momentos na primeira parte em que aspira ser interessante e mais à frente ganha alguma confiança mas a verdade é que o filme não é mais do que várias sessões de tiros do inicio ao fim. Para complementar, houve um desafio no estúdio para fazer as cenas nos locais mais genéricos. Ele é tiros na rua, ele é tiros em terraços, ele é tiros no Miguel Bombarda (por isso teve fechado), ele é tiros em escritórios, ele é tiros no metro da Bela Vista. E além de uma ou outra pirueta da Harley Quinn, nada impressiona. E ainda fizeram eles uma 'featurette' sobre uma cena toda em VR. Para experienciar momentos aborrecidos num escritório na primeira pessoa já me basta ter de estar lá amanhã às 8h.

A história em si também é bastante estúpida. Fez-me lembrar o Jurassic World, que também partilha de um plano de controlar o incontrolável. A diferença é que no Jurassic World os Raptors até davam jeito se fossem domesticados. Aqui, a ideia de que esta gente possa ser a defesa preparada para lidar contra um Super-Homem ou Meta-Humanos, é parva. Não só é parva, como é parvinha. "The worst of the worst" diz a Oprah enquanto convence que é uma mulher com bastante influência mediática e com uma própria revista demasiado cara para aparecer no monte de revistas desactualizadas do dentista.

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Da equipa, só o Deadshot e a Katana se aproveitam e, mais uma vez, nada que faça frente a um Super-Homem. Talvez o Slipknot lhe faça alguma coisa, vá. A Harley é (já sabido) demasiado instável, o Killer Croc não é grande ameaça, o El Diablo chega-lhe bem um borrifador de passar a roupa, o Captain Boomerang... não serve para nada. Para que é que ele foi extraditado? Os soldados comuns provaram ser bem mais eficientes. Eu percebo que seja importante gozarmos com os esteriótipos das outras culturas, que diga o José Cid que se fartou de rir no cinema sempre que o Jai Courtney falava, até o segurança dizer para ele sair da sala, não antes de apanhar as bananas todas do chão. Mas o dinheiro e tempo a convencer que esta personagem não só é crucial para as missões como uma mais valia para o grupo em si, mostra que a Oprah teve de se contentar com os estagiários do IEFP que até têm boas intenções mas só agora é que começaram a mexer no Photoshop.

Falando então no Joker, o Jared Leto está bem, mas nada magnífico. Está a precisar de um filme com uma história onde ele tenha importância. Talvez seja por isso que passe o filme a rosnar.

El Diablo foi a surpresa para mim pois é a única personagem com algum [minimo] carácter. O Will Smith era para ser o mais complexo mas toda a gente sabe que usar crianças sem jeito para actuar não é justo. E como seria de esperar, o Will Smith faz de Will Smith. É um pouco como o Ricardo Pereira que faz sempre de si próprio. Mas o Ricardo Pereira faz tão bem de Ricardo Pereira que não queremos outra coisa.

O taxista Ricardo Pereira (Ricardo Pereira)
Viola Davis apanha muito, muito bem a personagem de Oprah Winfrey, dando uma energia muito necessária ao filme quando está em cena. Só é mesmo pena ser péssima no que toca a Trabalhos Para Casa pois não só escolhe uma equipa de inúteis como não acerta uma o filme todo.

Adam Beach também surpreende como Slipknot. No meio de Will Smith e Margot Robbie, traz um bom balanço de carisma ao grupo e é dos poucos membros que se destaca com as suas habilidades. A sua performance, ainda que com alguns precalços, surpreende particularmente numa cena sobre as suas origens. Só não falo em nomeação ao oscar porque vai tudo para o 10 Segundos de Liberdade, mas pelo menos um Teen Choice Awards para o ano!

O que me incomoda com o filme é eu já ter visto uma versão boa do Suicide Squad. Chama-se Batman: Assault on Arkham e embora não seja perfeito, a história faz um pouco mais sentido e a dinâmica de Batman/Joker é melhor aproveitada, aumentando a tensão durante a missão ao invés de se limitar a explicar mal as origens e fazer ponto cruz de universos. Felizmente nesse aspecto o filme até nos poupa com piscar de olhos a filmes que teremos de ver para o ano ou que já tão num "leve 2 pague 1, por favor".

 O mais interessante do filme foi mesmo as histórias nos sets que levaram a crer que este seria um filme diferente do que nos foi acostumado. Tanta coisa com as peripécias do Jared Leto e o Cesar Romero intimidou-me mais.

Tudo é inocente até alguém se magoar!
Suicide Squad é um filme que podia ser muito mais mas ficou-se pelo seguro, tornando-se num filme genérico e previsível, com algum entertenimento a elevar um pouco o filme acima do mediano. Não é própriamente um mau filme, só não é especial como pensa ser, limitando-se a fazer o que já foi feito. No fundo, uma alegoria à minha carreira de cineasta.

Podem ir ver o filme, só não precisam de ir a correr. Aproveitem primeiro Carcavelos nestes primeiros dias que eles já querem dar aguaceiros.

Só peço que não vejam o filme em IMAX. Não por não se destacar particularmente mas porque a cabeça do Jai Courtney é gigante! Houve ali excesso de CGI de certeza, aquilo não pode ser humano!

O melhor do filme é o tema musical da Enchantress ao longo do filme e o Slipknot.





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