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J.J. Abrams está de volta ao leme da Enterprise, com o regresso de Kirk e companhia para mais uma aventura espacial. Esta continuação já não apresenta a frescura do Star Trek que em 2009 insuflou nova energia numa saga moribunda no grande ecrã, mas é um belo filme de acção. Basicamente, a narrativa é centrada nos acontecimentos desencadeados com um ataque à bomba e a caça ao homem responsável.
Incompreensivelmente o filme chegou a Portugal muitos dias depois da estreia quase global. Gostava que fosse possível canalizar toda a minha furiosa frustração através deste post e atingir os responsáveis em cheio na virilha. Infelizmente, disseram-me que a Internet não funciona assim.
Durante meses, os sites dedicaram-se a especular sobre se o vilão do filme era ou não o Khan da série original e do segundo filme. Nas ultimas semanas, enquanto esperava pela estreia e lutava para evitar os spoilers que espreitam a cada esquina, algo que me irritou solenemente foi o ataque da 'brigada do politicamente correcto' a uma cena minúscula, com Kirk e Carol Marcus, que sendo mais dispensável do que divertida, tem o duplo propósito de referência a filmes anteriores e de lançar sementes para o futuro. O que aliás se repete em várias cenas ao longo da película.



Nesta sequela, o carisma e química do elenco está intacto, e na mais experiente tripulação da Enterprise transparecem um à vontade e conflitos típicos de uma família, de pertença a um grupo, aliás um tema importante para justificar as decisões tomadas por heróis e vilões. No centro das relações continua a estar a amizade entre o intempestivo Kirk e o lógico Spock, mas todos os integrantes da tripulação principal têm os seus momentos de destaque. O pessoal com alergia a lens flares pode respirar de alívio, estes foram reduzidos substancialmente.
Daqui para a frente pode ser possível encontrar alguns SPOILERS! Caro leitor está avisado!
Teria sido bom ter mais tempo para abordar assuntos como a moralidade e consequências da Primeira Directiva da Federação, ou das experiências genéticas que originaram Khan e o seu "povo", para serem superiores aos humanos em todos os aspectos. Mais rápidos, resistentes e inteligentes. A busca pelo super-soldado perfeito fez parte da história antiga da  actualmente (pela cronologia do filme) pacifica e quase idílica Federação, e escondida como uma memória, que voltou para assombrar séculos depois.

E falando em Khan, temos o britânico Benedict Cumberbatch a retomar o papel anteriormente desempenhado pelo mexicano Ricardo Montalbán. Até hoje, só conhecia Cumberbatch da fabulosa série britânica Sherlock, onde ele construiu um detective fascinante. Mas neste Star Trek fiquei um pouco desapontado, não com o actor, mas com o personagem, que soava mais temível em voz-off nos trailers, do que no próprio filme. O motivo pelo qual acho que Khan perdeu boa parte do impacto é mais ao menos o mesmo que aconteceu ao Mandarin no Iron Man 3, posto de lado pelo surgimento do "verdadeiro vilão nas sombras". Ao contrário da maioria dos fanboys de Star Trek (aka trekkies) prefiro o épico 'Star Trek: The Motion Picture' ao emocional 'Star Trek: The Wrath Of Khan', mas já vi ambos várias vezes, e pude apreciar as referências ao Khan original. Acrescento que foi muito interessante ver algumas inversões de papéis.



E apesar das situações dramáticas e de pura acção, ao longo da metragem foram sempre bem encaixados momentos de humor, sem prejudicar o ritmo. E os fãs de Doctor Who vão ter uma boa surpresa no inicio do filme (não, não é um cameo da TARDIS!). A nível técnico, tudo está impecável, dos efeitos especiais à banda sonora (que assim de memória, me pareceu quase uma fotocópia da genial banda sonora do filme anterior. Se todos os problemas do mundo fossem esse!). Interessante como os uniformes - fora da Enterprise - seguem uma linha mais militar, escura, num reflexo da escuridão do título e que decerto se desenvolverá nas próximas sequelas, aposto que com mais destaque para os guerreiros Klingon. Ponto negativo para o visual pouco inspirado dos Klingons e das suas naves. Para compensar, foi bom rever o Sr. Spock original (Leonard Nimoy), e outros pormenores para agradar os fãs talibãs, mas sempre sem descurar o público que nunca viu um episódio ou filme de Star Trek. Creio que o excesso de trailers e spots de TV (que se tornou moda nos blockbusters mais recentes, que colocam online toneladas de vídeos que acabam por contar a quase totalidade do filme). E aposto que o conjunto ainda vai melhorar com uma segunda visualização!


Resumindo, um filme focado na sua linha narrativa, sem palha, com muitos confrontos (de punhos e ideias), emoção e diversão, que assenta mais uma peça no puzzle do universo renovado de Star Trek, "audaciosamente indo onde nenhum homem jamais esteve". O Episódio VII de Star Wars está em boas mãos.

NOTA: Também publiquei uma versão desta crítica no SCIFIWORLD Portugal. Visitem, leiam e comentem!

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