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A elevação da - por vezes mal tratada - comédia romântica.
Longe vão os tempos em que ter Robert De Niro num elenco era
sinónimo de qualidade. Mas recentes são os tempos em que ter um Bradley Cooper
e uma Jennifer Lawrence representa habilidade e popularidade. E assim, para estranheza
de muitos críticos e “opinadores” da praça pública nacional e internacional, David
O. Russell com Silver Linings Playbook conseguiu um De Niro, um Cooper e uma Lawrence
com qualidade, talento e sucesso.
Baseado num romance de Matthew Quick, o filme foi nomeado
para 8 Óscares e além destas, já recebeu mais 47 nomeações e venceu 18 prémios
nos mais conceituados festivais de cinema.
Bradley Cooper é Pat Solatano – um professor substituto de
História que perdeu a mulher, o trabalho, a casa e o juízo. Depois de agredir
violentamente o amante da mulher, foi condenado a passar 8 meses numa
instituição estatal (de saúde mental).
Passados os meses de recuperação, Pat regressa à casa dos
pais – Pat Sr. (Robert De Niro) e Dolores (Jacki Weaver). Tudo podia ser melhor
neste regresso a casa, se os próprios pais de Pat fossem “normais”, mas não são.
O pai está desempregado e resolveu fazer dinheiro através de apostas ilegais e
a mãe vive atormentada para tentar manter a normalidade, mas os picos máximos
da sua vida, acontecem quando cozinha fritos para todos comerem nos dias de
jogos. A vida de ambos gira em torno dos Philadelphia Eagles – uma paixão
desportiva que depressa resvala para a fixação e superstição. Mas apesar de
tudo, Pat Sr. e Dolores esforçam-se por dar a Pat estabilidade e anseiam por
que oriente a sua vida, de forma a ser feliz.
E também é isso que Pat quer. Reconstruir a vida, ser
optimista e sobretudo reconciliar-se com a mulher. Tarefa difícil, pois ela
abandonou-o e há uma ordem de restrição a separá-los. Na tentativa de regressar
à normalidade e alcançar a felicidade, Pat conhece Tiffany (Jennifer Lawrence) –
uma jovem viúva, também ela problemática. Entre Pat e Tiffany acontece uma
empatia imediata, e a jovem na sua maneira diferente de ser, oferece-se para
ajudar Pat a reconquistar a mulher, exigindo em troca, que Solatano faça algo
que para ela é muito importante – participar num concurso de dança.
E desta união vai surgir um inesperado vínculo entre os dois
e ambos vão perceber que a felicidade não está assim tão longe nem é impossível
de atingir. Para aqueles que ainda não viram o filme, o resto ficará na vossa imaginação,
porque este é um filme “a ver”.
Analisando assim à distância, o filme parece não ter nada de
especial, é um romance com uma história igual a outras tantas que já vimos.
Problemas de saúde mental cruzam-se com o amor e a procura incessante pela
felicidade. No entanto, o filme é encantador. Será a sua simplicidade aliada a
grandes interpretações? Acho que sim. Bradley transmite a insanidade e
tranquilidade da personagem. Jennifer, a instabilidade e o desejo pela
normalidade e De Niro, depois de milhares de caricaturas à sua própria velhice,
consegue acertar na interpretação, com algum humor, mas muita assertividade.
No filme, os “alicerces” de Pat são tão disfuncionais como
ele é. O equilíbrio entre as expulsões emocionais, os desabafos sentidos, e a
exactidão dos diálogos, prova – mais uma vez - que Russell (também ele responsável
pelo argumento do filme) consegue perceber muito bem a intricada condição
humana.
Um último destaque para a banda sonora do filme (da
responsabilidade de Danny Elfman) – sempre numa perfeita harmonia com as cenas
e diálogos.
A melhor cena do filme: o diálogo a meio da noite entre Pat
e os pais sobre Hemingway.
O menos bom: acho que queria mais Chris Tucker, mas não tenho a certeza.
Eu concordo com o que dizem os "gandas malucos" do Ípsilon no que diz respeito ao David O. Russell enquanto realizador, mas também é verdade que retira sempre boas interpretações dos seus actores, por isso tenho a certeza que só pela Jennifer Lawrence já vale a pena.
:) Estão todos muito bem. É um filme de interpretações, mais do que de enredo ou argumento - só isso explica a recepção do filme na critica e a presença nos filmes.
Obrigado pelo comentário. beijinhos
quando quero vomitar leio.
Quem está a chegar? Um remake de Jesus Cristo?
Obrigado
Sofia. Muito pouco critica
Como nao assisti o filme ainda eu nao li sua critica por conta dos spoilers mas eu amo o trabalho da jennifer lawrence e acredito q o filme deve ser bom.por conta de sua atuacao. Quero ver.