Na altura em que me sento ao teclado para escrever estas linhas, já assisti a todos os episódios desta série, da qual fiquei fã desde o primeiro episódio (o piloto está dividido em “Serenity – Part 1& 2”, que curiosamente não foi o primeiro a ser exibido nos States. Essa honra coube a “The Train Job”.). E pude constatar que não ficava tão aborrecido com o fim (no ecrã de TV, pelo menos) de uma série desde que chorei com o final triste e dramático de “David, O gnomo” (isso já deve ter sido há muito, muito tempo! Hoje em dia os putos enfardam “Pokemons” e porcarias de monstros em duelo, sem um pingo de originalidade e emoção). Mas aborrecido porque senti que este universo saído da cabeça de Joss Whedon, ainda tinha muito para dar, e merecia melhor sorte do que ser cancelado antes do final da primeira temporada. Personagem carismáticas, talvez um pouco estereotipadas (pelo menos na primeira impressão), e no entanto sempre surpreendentes, com constantes reviravoltas na história e com um elenco que possuía uma química difícil de encontrar em outros shows. E anda melhor que um sentido de humor extravagante e surpreendente para ligar estas histórias desenroladas num universo que é uma mescla de ficção cientifica e western. Devo confessar que nunca fui fã de westerns, mas a mistura de alta tecnologia e o espírito da fronteira conseguiu dotar o programa de uma certa credibilidade, do que talvez no futuro seja a realidade da vida difícil em planetas colonizados nos confins da galáxia. E talvez um dos trunfos (ou o que não agradou aos espectadores, reflectindo-se em baixas audiências) de “Firefly”, seja o facto de não se levar demasiado a sério, sem pretender ser mais do que era na realidade, uma série divertidíssima, com gags, trocadilhos e twist constantes, excelentes efeitos especiais (imagens não estáticas, com zoom, desfocagens e abanões, como se fossem captadas in loco com uma câmara ao ombro; um estilo revisitado actualmente por séries como a nova “Battlestar Galáctica”), com um ritmo imparável.
Conto dentro em breve apresentar um breve resumo de cada um dos 14 episódios desta série de culto (redescoberta em DVD, por fãs novos e antigos) que agora tem nova vida (mas talvez breve, porque segundo consta os resultados em bilheteira não foram muito famosos) no grande ecran, no filme “Serenity”, em que a crew da nave com o nome do filme, continua a esconder-se da omnipresente Aliança, que deseja voltar a por as mãos numa tripulante muito especial: a sobredotada River, que é more than meets the eye. Está prometida muita acção, tiroteio, pancadaria, naves e humor. O trailer e as críticas são excelentes, mas infelizmente não tive oportunidade de assistir numa sala de cinema, pelo que espero ansiosamente pela saída do DVD no nosso país.