"Regresso Ao Futuro"é um dos meus filmes favoritos, que não deve existir português que nunca tenha visto, tantas as vezes que a trilogia passou nas nossas TVs. Tenho em casa um box em DVD, várias cassetes VHS com o filme e as continuações (filmadas em simultâneo). A saga aliás merece um artigo mais extenso, mas como no dia de hoje se comemora mais um aniversário da estreia deste primeiro capítulo nos EUA - a 3 de Julho de 1985 - fui vasculhar os arquivos onde guardo material que recolho da Internet, e lá estavam algum apontamentos da imprensa da altura em que este clássico estreou em Portugal, a 19 de Dezembro de 1985, mesmo ao queres da época natalícia. A primeira vez que o vi foi na RTP, mas é daquelas maravilhas que nunca cansa o espectador, com a sua mistura perfeita de ficção científica, comédia, nostalgia, um grande elenco encabeçado por Michael J. Fox ("Quem Sai Aos Seus") e Christopher Lloyd ("A Família Addams"), banda sonora e realização de um dos "aprendizes" de Steven Spielberg (aqui produtor), Robert Zemeckis ("Quem tramou Roger Rabbit?", "Em Busca da Esmeralda Perdida" ou o meu favorito "Contacto"). Vamos ver então o que se disse em Portugal sobre as desventuras de um teenager dos anos 80 que viaja aos anos 50 na máquina do tempo do seu excêntrico amigo inventor.
O quadro com "as estrelas", as pontuações dos filmes em exibição nos cinemas nacionais, do jornal "Diário de Lisboa":
"Diário de Lisboa" [20-12-1985]
O nosso herói Marty McFly safou-se com apenas 3 estrelas. A continuação de um clássico de acção dos anos 80, "Rambo - A Vingança do Herói" foi corrido bolinha preta!
No suplemento "Cartaz":
"Diário de Lisboa" [20-12-1985]
"As ficções com a marca de Spielberg na aurela continuam a dominar o êxito e a congregar aplausos. É como se ele tivesse descoberto uma fórmula mágica que fabricasse entretenimento com um simples estalar de dedos".
Como esperado, o tradicional pessimismo da crítica portuguesa conclui que apesar de todos os pontos positivos que lista: "Mas... Mas o cinema pode ser só isto?".
A crítica de Jorge Leitão Ramos, que elabora em mais detalhe não sobre o filme mas o rumo a que os sucesso dos filmes de Spielberg e Lucas poderiam conduzir o cinema. Interrogações legítimas, um 'debate' que mais de 3 décadas depois ainda continua. Este texto podia ter sido escrito na segunda década do século XXI por algum dos meus colegas bloggers preocupados com os blockbusters actuais. Sem querer parecer outro velho do Restelo, queria eu que Spielberg e Lucas ainda fossem o padrão para o cinema de entretenimento...