O Estranho Caso de Benjamin Button
por Mano João
Quanto ao The Curious Case of Benjamin Button, é um filme que merece a pena ver pela carga metafórica que o envolve.
Seguindo uma trama diferente da história original de F. Scott Fitzgerald , o filme mantém o essencial da personagem: uma criança que nasce com todas as características de um velho de oitenta anos - cabelo ralo, déficie visual e auditivo e problemas ósseos.
Criado num lar de idosos, parece-se com eles fisicamente, mas os seus laços afectivos são cortados pela morte dos amigos cada vez mais velhos, enquanto ele rejuvenesce. A beleza do filme está precisamente na reflexão que se faz quanto aos sentimentos de perda e solidão, contextualizadas no significado da morte (fim para uns, princípio para outros).
Quem cresce e envelhece junto partilha as mesmas perspectivas, as mesmas emoções. Mas Benjamin não tem essa oportunidade, porque, embora se cruze com as pessoas de quem gosta num determinado ponto do tempo, acaba por perdê-las, dado que vai num sentido contrário. O seu casamento com Daisy e o nascimento da filha é o ponto marcante deste desencontro. Benjamin sabe que perderá a mulher e a filha para o avanço do tempo e afasta-se, sabendo que caminha para um princípio que é também um fim. É a perda e a solidão.
Todos nós somos marcados por estes dois sentimentos, seja na juventude seja na velhice, e este facto desencadeia tempestades nos nossos pensamentos e nas nossas atitudes, que nos fazem questionar o princípio e o fim das coisas. Essa é outra das metáforas do filme. As tempestades estão presentes nos momentos mais profundos da vida de Benjamin, até mesmo quando a sua história é revelada por Daisy à filha - o Katrina aproxima-se de New Orleans, com as terríveis consequências que se conhecem, devastação, morte, perda, solidão.
Uma nota final para a fotografia do filme, magnífica nos seus tons terra e nas sombras.
Seguindo uma trama diferente da história original de F. Scott Fitzgerald , o filme mantém o essencial da personagem: uma criança que nasce com todas as características de um velho de oitenta anos - cabelo ralo, déficie visual e auditivo e problemas ósseos.
Criado num lar de idosos, parece-se com eles fisicamente, mas os seus laços afectivos são cortados pela morte dos amigos cada vez mais velhos, enquanto ele rejuvenesce. A beleza do filme está precisamente na reflexão que se faz quanto aos sentimentos de perda e solidão, contextualizadas no significado da morte (fim para uns, princípio para outros).
Quem cresce e envelhece junto partilha as mesmas perspectivas, as mesmas emoções. Mas Benjamin não tem essa oportunidade, porque, embora se cruze com as pessoas de quem gosta num determinado ponto do tempo, acaba por perdê-las, dado que vai num sentido contrário. O seu casamento com Daisy e o nascimento da filha é o ponto marcante deste desencontro. Benjamin sabe que perderá a mulher e a filha para o avanço do tempo e afasta-se, sabendo que caminha para um princípio que é também um fim. É a perda e a solidão.
Todos nós somos marcados por estes dois sentimentos, seja na juventude seja na velhice, e este facto desencadeia tempestades nos nossos pensamentos e nas nossas atitudes, que nos fazem questionar o princípio e o fim das coisas. Essa é outra das metáforas do filme. As tempestades estão presentes nos momentos mais profundos da vida de Benjamin, até mesmo quando a sua história é revelada por Daisy à filha - o Katrina aproxima-se de New Orleans, com as terríveis consequências que se conhecem, devastação, morte, perda, solidão.
Uma nota final para a fotografia do filme, magnífica nos seus tons terra e nas sombras.
The Curious Case of Benjamin Button
Realizador: David Fincher
Intérpretes: Brad Pitt, Cate Blanchett, Tilda Swinton
Leia a história curta original (em inglês) AQUI.
Blog de Mano João: Tames Xarengadze.
NOTA: O Cine31 agradece ao Mano João por este ter aceite o desafio proposto, e nos ter brindado com esta breve reflexão sobre um dos filmes mais invulgares dos ultimos tempos. Esperamos que mais contribuições cheguem no futuro, deste e de outros leitores que se inspirem a falar sobre a sétima arte.
Enviar criticas, opiniões e sugestões para cine31@gmail.com
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AMEI este filme. Uma obra minimalista e belíssima.
Ciao!
filme incrível, fascinante.