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Há muitos, mas muitos anos que um filme de terror não me surpreendia. Assustar, incomodar, aborrecer, talvez, mas surpreender, não. Além das toneladas de referências ao género, muito bem cozinhadas, é um dos filmes mais divertidos, e excitantes de assistir dos últimos anos. A realização não é nada de extraordinário, mas é competente, mantendo o ritmo ao longo da inevitável jornada de terror dos cinco óbvios estereótipos que entram na cabana no bosque. Por muito que certos conceitos pareçam absurdos, funcionam muito bem. Não vou entrar no pissing contest que tenho visto nalguns sítios, se é original, revolucionário, subvalorizado ou sobrevalorizado, o que interessa é que é um belo meta-filme, sem ser tão in your face como no Scream 2, por exemplo. Nota-se bem o dedinho de Joss Whedon, na escrita e produção, e  apesar de a parte final ser mais "padrão", parabéns por não ir pelo caminho mais fácil, e tornar este "The Cabin In The Woods" mais que um slasher movie, é um clássico instantâneo. E realmente, é difícil falar mais sem dar spoilers, porque o que achei mais interessante, além de tentar  identificar as referências e "regras" dos filmes de terror, foi mesmo a sensação de "que raio se está a passar aqui" e "qual o objectivo disto tudo", porque o espectador tem pouco mais informações que os sofridos jovens que só queriam ir passar um fim de semana numa cabana tranquila no meio de um bosque. Pois, como se isso fosse acontecer...


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6 comentários até agora:.

  1. Anónimo says:

    Foi um dos thrillers mais competentes que vi estrear nas salas de cinema portuguesas este ano. Não é um filme extraordinário, mas consegue surpreender e cativar o espectador.

    Não poderia estar mais de acordo quando salientas que um dos pontos fortes do filme é criar a sensação de "que raio se está a passar aqui".

    Cumprimentos,
    Aníbal

  2. Já o tenho dito, não acho o filme tão bom. É verdade que possui alguma originalidade e frescura dentro do género, mas isso por si só não faz um grande filme, sobretudo se isso não for construído de forma coerente, concisa e sem tanta recorrência a clichés. Os ditos são justificados (e sabemos sempre que aquilo tem uma explicação, até pela história paralela, no laboratório) mas, e na minha opinião, não são suficientemente satisfatórios, tornando-se aborrecidos até. Acho que o filme demora muito até chegar ao principal, à sua essência, aqueles últimos dez minutos deveriam ter sido mais explorados (porque o confronto entre géneros até está interessante). Mas enfim, não o destruo por completo, até porque a intenção de variar é louvável, e quem sabe se não servirá como referência a algum tipo de registo que se venha a fazer de aqui em diante.

    Cumprimentos,
    Jorge Teixeira
    Caminho Largo

  3. E como eu gosto de ser confrontado com o "que raio se está a passar aqui". Ao assistir o meu cérebro estava a ser bombardeado com hipóteses para explicar o que estava a ver.Infelizmente, noutros filmes, nem sempre a paciência o espectador é recompensada.

  4. Durante alguns minutos temi que a "4ª parede" fosse quebrada, ou algum dos personagens fazer a "lista de coisas que acontecem num filme de terror", era desnecessário porque. Gostei da ideia de começar como um slasher típico para aos poucos ir lançando confusão. Para mim, mais intrigante não era apenas o que "vai acontecer", mas principalmente, o motivo. Com um realizador com mais experiência talvez arriscasse mais, desfazendo a ilusão mais cedo. Mas para uma estreia, não está nada mal. Até achei que conseguiu ficar bem coeso, creio que nas mãos de uma equipa menos empenhada teria sido apenas uma manta de retalhos.

  5. Sim o filme até nem ficou muito mau, diria até que resultou essa confluência e junção, lá mais para o final, de géneros, sobretudo do terror com a ficção científica. Mas tão pouco, na minha opinião claro, se pode dizer que resultou muito bem. Não acho, até porque isso do "o que é que vai acontecer" não sustenta todo o filme, quanto muito prende-nos a atenção (prendeu-me um bocado, confesso) o que por si só não chega, a meu ver. Nesses casos é fácil ver que isso não é suficiente quando vemos o filme pela segunda vez, já sem a chama da surpresa, e em que vem ao de cima tudo o que filme é na realidade - que não passa de um esforço (digno ainda assim) de quebrar com a monotonia do género hoje em dia.

    Cumprimentos,
    Jorge Teixeira
    Caminho Largo

  6. Decerto que não terá o mesmo impacto ao segundo visionamento, mas por agora, estou mais que satisfeito com ele. É por isso que não costumo dar nota/estrelas a filmes, não consigo mantê-las estáticas, vão evoluindo com o tempo :)

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